quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Ganhadora de Prêmio Nobel da Paz nega silêncio sobre crise dos rohingyas

Aung San Suu Kyi, que também é líder de Mianmar, tem sido criticada pela comunidade internacional. Estados Unidos pediram investigação.
 France Presse
Por France Presse
15/11/2017 08h09  Atualizado há 1 hora
Ativistas queimam foto de Aung San Suu Kyi no protesto em Calcutá, na Índia, contra a perseguição dos Rohingyas em Mianmar  (Foto: Bikas Das/AP) 
Ativistas queimam foto de Aung San Suu Kyi no protesto em Calcutá, na Índia, contra a perseguição dos Rohingyas em Mianmar (Foto: Bikas Das/AP)

A líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, negou nesta quarta-feira (15) ter ficado em "silêncio" sobre a tragédia dos muçulmanos rohingyas em seu país, durante uma coletiva de imprensa conjunta com o secretário de Estado americano, Rex Tillerson.
"Eu não fiquei em silêncio", declarou a Prêmio Nobel da Paz, criticada pela comunidade internacional por não ter defendido essa comunidade muçulmana perseguida em Mianmar, dos quais 600 mil membros fugiram para Bangladesh nos últimos dois meses e meio.
Por sua vez, Rex Tillerson declarou ser contra a adoção de sanções contra Mianmar, mas pediu uma investigação "credível" sobre as acusações de limpeza étnica que pesam sobre o Exército nacional.
"Sanções econômicas abrangentes não são algo que eu recomendaria por enquanto", explicou Tillerson.
"Vamos considerar tudo isso com grande cautela quando eu voltar para Washington", acrescentou.
Chamando de "horrível" o que tem acontecido no estado de Rakhine (oeste de Miamar), onde os rohingyas estão sendo perseguidos, ele pediu o estabelecimento de uma comissão de inquérito independente, que "seria útil para todos".
O secretário de Estado americano reuniu-se nesta quarta-feira com o chefe do Exército birmanês e depois com Aung San Suu Kyi, que é quem governa de fato o país desde abril de 2016, após as primeiras eleições livres depois de décadas de governo militar.
Aung San Suu Kyi, líder birmanesa, durante discurso sobre a situação da minoria muçulmanda rohingya (Foto: REUTERS/Soe Zeya Tun)
Aung San Suu Kyi, líder birmanesa, durante discurso sobre a situação da minoria muçulmanda rohingya (Foto: REUTERS/Soe Zeya Tun).

Desde o final de agosto, o estado de Rakhine está em conflito. Em nome do combate contra os rebeldes rohingyas, o Exército conduz uma campanha militar que forçou ao êxodo centenas de milhares de membros desta que é a maior população apátrida do mundo.
A ONU denuncia uma operação de "limpeza étnica".
Os rohingyas tiveram a nacionalidade birmanesa retirada em 1982 sob o regime militar. Vítimas de discriminação, não possuem documentos de identidade, não podem viajar nem se casar sem autorização. Eles também não têm acesso ao mercado de trabalho ou a serviços públicos, como escolas e hospitais.

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