Eis o poço inesgotável de Deus a se revelar na espiritualidade do bem-aventurado Charles de Foucauld, assassinado há 102 anos, no Deserto do Saara, em 1º de dezembro de 1916
Padre Geovane Saraiva*
O grande perigo dos nossos
tempos, do ponto de vista da espiritualidade e da mística cristã, é o de não se
dar a devida importância à oração silenciosa e contemplativa. Somos desafiados
a ir além da compreensão deste candente assunto, dando aquele belo mergulho na
oração contemplativa como um caminho divino, um apostolado libertador,
convencendo-nos do imprescindível: o de sorver na fonte inexorável da íntima união com
Deus.

Que cresça a consciência, nos
passos de Charles de Foucauld, o bem amado no Senhor, de que o critério decisivo, segundo a vontade de
Deus, é o compromisso do amor solidário, sem jamais esquecer de que o irmão
universal gritou o Evangelho com a própria vida. O seu amor faz-nos recordar o
que alhures já dissemos, a respeito de sua conversão: "Parece até que
estava previsto nos planos de Deus, porque, ao cair nas mãos de Deus e ser
seduzido por Jesus de Nazaré, encontrou seu maior tesouro". Rendamos graças pelo amor indizível de Deus, nas palavras paradoxais de René Bazin, a seu respeito:
“Foi um monge sem mosteiro, um mestre sem discípulos, homem do deserto à espera
de um tempo que não devia ver”.
Dom Helder Câmara, no seu estonteante deslumbre, ao prefaciar o livro de René Voillaume, “Fermento na Massa”,
edição brasileira alusiva ao centenário de nascimento de Charles de Foucauld
(1858-1958), na seguinte assertiva: “Aquilo que ele começou, e jamais conseguiu realizar em vida
através de seguidores, é hoje realizado através dos irmãozinhos e das
irmãzinhas que se espalham pelo mundo inteiro, escolhendo de preferência os
pontos da terra onde residem criaturas em situação infra-humana ou em estado de
rejeição ou abandono”. Amém!
Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência
Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com
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