Padre Geovane Saraiva*
O Menino Jesus, Maria e José são
figuras que estão no centro da manjedoura, sendo que a verdadeira luz que
ilumina todo homem é Cristo. A celebração solene e comovedora do nascimento do
Filho de Deus quer ser a afirmação da nossa fé no mistério de Jesus, que desceu
do céu e se encarnou na história da humanidade. A Mãe Igreja quer
ressaltar-nos, e não deixar dúvida, de que a verdadeira luz que ilumina todo
homem é Cristo, sem esquecer-se de que a própria Igreja destaca um profundo
sentimento pelo presépio do Menino Jesus, que carrega consigo uma bela marca
cultural da tradição medieval, impressa na memória dos cristãos.
Na fragilidade de uma criança,
que exulte feliz a humanidade, no clima alegre e esperançoso do Natal do
Senhor, favorecendo-lhe um bom e grande mergulho no projeto de Deus. Para que
essa esperança não seja passageira, somos convidados a contemplar o contexto
misterioso da manjedoura, mas numa atitude de louvor e súplica. Contemplar,
repito, o mistério do amor de Deus pela pessoa humana, visivelmente expresso na
estribaria de Belém, com toda sua força simbólica, é claro, quer falar-nos de
mudança e disposição interior.
Que Deus nos dê a graça de
perceber o paradoxo do Natal, grande, inaudito, único e maior razão da nossa
existência, mistério de esperança. Quando José e Maria encontram as portas
fechadas na hospedaria da cidade, têm que se deslocar da localidade, indo à
periferia, onde Jesus nasceu na manjedoura. Confiança generalizada para todos,
como alhures já afirmamos: “Incessante e indissolúvel, que tem sua origem na
vontade misteriosa da sua vinda ao mundo: da terra se confundir com o céu e o
céu se confundir com a terra”.
*Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência
Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com
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