domtotal.com
Guterres defendeu a busca por uma 'globalização equitativa' e pelo potencial da 'quarta revolução industrial' que o planeta vive seja aproveitado.
Renda do 1% mais rico do mundo cresceu em um ritmo duas vezes maior que a dos 50% mais pobres. (Gianluigi Guercia/AFP).
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, lamentou nessa terça-feira (8), em Cuba, que a globalização, apesar de ter tirado muitos da pobreza, também aumenta a desigualdade no mundo e gera instabilidade social.
"O aumento da desigualdade se tornou a face da globalização e gerou descontentamento, intolerância e instabilidade social, sobretudo entre nossos jovens", disse Gueterres durante a inauguração do 37º período de sessões da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), em Havana.
"É verdade que a globalização trouxe diversos benefícios. Mais pessoas deixaram a pobreza extrema que nunca (...), mas há demasiadas pessoas que ficaram para trás", acrescentou.
O líder da ONU lembrou que "por mais de uma geração, a renda do 1% mais rico do mundo cresceu em um ritmo duas vezes maior que a dos 50% mais pobres".
Guterres destacou que "o desemprego entre os jovens alcança níveis alarmantes, com trágica repercussão" em seu bem-estar, "nas possibilidades de desenvolvimento dos países e até mesmo em algumas regiões do mundo, com impacto negativo em matéria de segurança".
Ele afirmou que as mulheres continuam a ter menos possibilidades de participar do mercado de trabalho "e a desigualdade salarial por gênero continua a ser uma preocupação mundial".
Ainda neste tema, a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, garantiu que "a pobreza tem o rosto de mulher", já que "um terço das mulheres da região não consegue ter renda própria".
Guterres defendeu a busca por uma "globalização equitativa" e pelo potencial da "quarta revolução industrial" que o planeta vive seja aproveitado.
"Este é, provavelmente, o desafio mais difícil que teremos nas próximas duas décadas: fazer da quarta revolução industrial uma fonte de bem-estar e progresso, e não um risco que pode ter consequências muito negativas", apontou.
AFP
Nenhum comentário:
Postar um comentário