terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Liminar do STF impede que Glenn seja punido por obtenção de mensagens

Decisão de Gilmar Mendes diz que Glenn não pode ser responsabilizado pelo vazamento das conversas. MPF afirma que jornalista não foi investigado
Por Da Redação, com agências
access_time21 jan 2020, 15h49 - Publicado em 21 jan 2020, 15h39more_horiz
gilmar mendes
O ministro Gilmar Mendes, durante a segunda parte da sessão para julgamento sobre a validade da prisão em segunda instância do Supremo Tribunal Federal (STF). (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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responsabilizassem o jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil, pela publicação de mensagens vazadas da Lava Jato.

Na decisão liminar de agosto de 2019, Mendes ressaltou que a liberdade de expressão garante o direito de obter, produzir e divulgar fatos e notícias por quaisquer meios.

“Concedo, em parte, a medida cautelar pleiteada, apenas para determinar que as autoridades públicas e seus órgãos de apuração administrativa ou criminal abstenham-se de praticar atos que visem à responsabilização do jornalista Glenn Greenwald pela recepção, obtenção ou transmissão de informações publicadas em veículos de mídia, ante a proteção do sigilo constitucional da fonte jornalística”, determinou o ministro.

Mendes ressaltou ainda que as liberdades de expressão e de imprensa são pilares não só da Constituição, como também garantidas por instrumentos de proteção internacional de direitos humanos, dos quais o Brasil é signatário.


Além disso, a decisão destacou a jurisprudência do STF que impede sanções penais, civis ou administrativas a jornalistas, no exercício da prerrogativa do sigilo da fonte.

Na denúncia, o Ministério Público Federal cita a decisão do Supremo, mas afirma que determinação criou uma espécie de imunidade ao jornalista.

“Em resumo, pode-se afirmar que a referida decisão criou uma espécie de imunidade especial e material jure et de jure, uma presunção absoluta de inocência, garantindo um “salvo conduto” ao réu de ser investigado”.

O Ministério Público Federal justificou ainda que não descumpriu a decisão do Supremo. Afirmou que não houve investigação e que a “conduta criminosa” Glenn Greenwald foi identificada a partir do material decorrente das medidas de busca e apreensão.

Em suas redes sociais, Glenn afirmou que a denúncia fere a liberdade de imprensa.

“É um ataque a liberdade de imprensa, o STF, as conclusões da PF e a democracia brasileira. Nós vamos defender uma imprensa livre. Não seremos intimidados pelo abuso do aparato do estado nem pelo governo Bolsonaro”, afirmou.

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