Católicos encerram festejos em louvor a Santo Antônio

Devoção ao “Santo Casamenteiro” tem na região do Sertão Central a sua segunda maior festa no Ceará 

Quixeramobim. Hoje é dia do santo casamenteiro, um dos mais populares da fé católica, padroeiro de várias cidades do Ceará. Depois de Barbalha, onde é realizada a maior festa do Estado, Quixeramobim se destaca como a segunda em louvor a Santo Antônio. A trezena de Quixeramobim será encerrada neste dia dedicado ao padroeiro da cidade. Segundo representantes da Paróquia, a procissão tradicional, pelas principais ruas, tem início previsto para as 15 horas.

Antes do culto religioso, como as missas, o entorno da igreja tem grande movimentação de pessoas provenientes do município e cidades vizinhas foto: Alex Pimentel

A concentração vai ocorrer na Igreja Matriz da cidade. Após o cortejo os fiéis assistem o arreamento da bandeira. Os mais fervorosos farão questão de tocar a flâmula religiosa, saudando o protetor: Viva Santo Antônio. Viva Santo Antônio.

Procissão

Outro momento marcante do encerramento dos festejos será a procissão. Uma multidão deverá acompanhar o andor com a imagem do santo.

Outros permanecerão nas portas de suas casas, ornamentadas com flores, velas, lenços e mais imagens de Santo Antônio.

E por gratidão o protetor receberá atenção em acenos e velas acesas. Velhos e jovens se revezarão no transporte do andor. Os soldados do Tiro de Guerra também. Dividirão o orgulho e a fé nos ombros.

Segundo um dos mais antigos organizadores dos festejos antoninos, o vicentino José Almir Fernandes, membro da Pastoral da Eucaristia, até o ultimo ato em homenagem ao padroeiro foram meses de trabalhos, na preparação da festa, em todos os detalhes. Dos cultos ao barracão, tudo necessita de organização. Afinal, além dos milhares de devotos, centenas de visitantes vêm à cidade para participar do folguedo. Dezenas de casas de parentes e amigos, bem como os hotéis e pousadas ficam lotados nesta época do ano.

Pelos cálculos de Fernandes este ano a festa movimentou mais de R$ 1,5 milhões, aquecendo a economia local. Restaurantes, lanchonetes e até postos de combustíveis lucraram nos 13 dias de festas.

Ambulantes

Quem também faturou foram os vendedores ambulantes. Francisco Otávio Dantas é um deles. Comercializa peças de artesanato, a maioria de barro, produzidas em Cascavel.

Ele reclamou da queda nas vendas em relação ao ano anterior, mas mesmo assim reconhece a festa de Santo Antônio, em Quixeramobim, como uma das mais importantes do Estado. Perde apenas para a realizada em Barbalha, enfatizou.

Cerca de 400 barracas foram distribuídas no entorno da Igreja Matriz. Dessa vez o número foi bem superior ao dos anos anteriores. Por esse motivo pelo segundo ano consecutivo, a Missa do Vaqueiro foi celebrada na Praça Capitão Dias Ferreira, ao lado do Paço Municipal.

Conforme os organizadores, além do pouco espaço a sujeira deixada pelos animais atrapalhava o movimento em frente a igreja. A celebração especial ocorreu na sexta-feira, dia 7, pelo oitavo ano consecutivo. 

Antes do culto religioso centenas de vaqueiros realizaram uma cavalgada pelas principais ruas da cidade. Foram acompanhados por batedores da Autarquia Municipal de Trânsito de Quixeramobim. Populares aguardavam a cavalgada nas calçadas e ruas para ver a vaqueirama passar.

Sanfoneiros

A missa foi animada ao som de muita sanfona, comandada pelos sanfoneiros, Elton Saraiva, Nono e Luis Paulo. Os padres Giovam Emanoel, Lazarista de Fortaleza, acompanhado pelo pároco Rebouças Júnior e pelo padre Antônio Garce, dividiram a celebração.

À frente da paróquia de Santo Antônio há pouco mais de dois meses, o padre Rebouças Júnior ficou impressionado com a mobilização dos católicos. Considerou a festa grandiosa, tanto pelo aspecto religioso como pelo festivo. Ele acabou de chegar da paróquia de Sertânia, no Interior de Pernambuco. Dividirá na manhã deste dia dedicado a Santo Antônio, com o bispo diocesano, dom Ângelo Pignoli, a última celebração eucarística em homenagem ao padroeiro. A missa tem início previsto para as 9 horas, na Igreja Matriz, sendo aguardado um grande número de fiéis, identificados com as tradições religiosas juninas.

Alex Pimentel
Colaborador

Diário do Nordeste