A transmissão de fé deve ser feita com «palavras de vida» e não com «linguagem de simples refrão de sobrevivência»
Cidade do Vaticano, 28 set 2013 (Ecclesia) - A catequese deve hoje procurar renovar a forma de transmitir a fé, "com novas abordagens de ensino", através de uma "reformulação de palavras" que facilitem a "compreensão" dos catequizados, numa adaptação à Nova Evangelização.
"Se a Igreja embarcou num caminho da Nova Evangelização, a catequese não pode permanecer com as mesmas características do passado, mas deve renovar a sua forma de transmitir a fé, com novas abordagens de ensino, após um diagnóstico sério da situação da fé hoje e como educar, tomando em linha de conta o equilíbrio entre termos bíblicos doutrinais e a necessária reformulação das palavras que facilita a compreensão daqueles que são catequizados, sem trair o seu sentido profundo", pode ler-se no comunicado final do Congresso Internacional de Catequese (CIC), que hoje encerra em Roma.
O secretário do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, o arcebispo Octavio Ruiz Arenas, que apresentou o documento final, apontou o mundo digital e as redes sociais como "instrumentos" que a Igreja deve utilizar para " fazer ouvir a mensagem do Evangelho no mundo contemporâneo".
Os 1600 participantes reunidos desde quinta-feira, na sala Paulo VI, no Vaticano, ouviram dizer que ser catequista é "uma vocação e não um trabalho", que a pessoa transmissora de fé deve "testemunhar permanentemente" essa mesma fé, com "criatividade".
"O mundo de hoje exige dos catequistas uma grande criatividade, simplicidade de vida, espírito de oração, obediência e humildade, renúncia de si mesmo, muita generosidade e autêntica caridade para todos, em particular com os pobres", aponta o documento do CIC.
O congresso pediu aos catequistas um "catecumenato sério", "não só como preparação para o Batismo", mas como um "instrumento capaz de transformar de toda a vida das pessoas".
Os participantes refletiram sobre a existência de "muitas pessoas que dizem não acreditar, desconhecendo o conteúdo da fé" e distanciando-se da Igreja, cabendo, por isso, aos catequistas a "apresentação da pessoa de Cristo" com "clareza", "confiança filial, com alegre segurança, com ardor e com humilde audácia".
O documento sublinha ainda que a catequese deve estar "profundamente unida à liturgia", também que a Igreja é o primeiro "sujeito de evangelização" e que a transmissão de fé deve ser feita com "palavras de vida" e não com "linguagem de simples refrão de sobrevivência".
Após a leitura das conclusões, D. Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, sem anunciar local e data do próximo encontro, referiu que "estes congressos não terminam", e que "temas e ideias" estão a "surgir" para dar continuidade ao trabalho.
Terminado o CIC, os 1600 catequistas participantes juntam-se aos cerca de 20 mil catequistas que são esperados para a Peregrinação dos Catequistas, que teve o seu início nesta manhã com catequeses em algumas igrejas de Roma.
Durante a tarde os vários grupos são convidados a peregrinar ao túmulo do Apóstolo Pedro para a Professio Fidei, a profissão de fé que cada catequista é convidado a realizar nesta peregrinação.
Este domingo, o Papa Francisco preside à eucaristia que encerrará oficialmente o CIC dedicado aos catequistas e enquadrado nas comemorações do Ano da Fé.
Portugal está presente neste congresso com uma delegação de 32 elementos de todas as dioceses, os responsáveis do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) e o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, D. António Francisco dos Santos.
Educris/LS
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