terça-feira, 1 de outubro de 2013

Caso Alstom: Justiça quebra sigilos de vereador e de mais 10 investigados

Matarazzo nega qualquer envolviomento no caso
A Justiça Federal autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal de 11 pessoas que estão sendo investigadas no suposto esquema de pagamentos de propinas pela francesa Alstom a servidores públicos e dirigentes de estatais paulistas da área de transportes públicos e energia.

Entre os que foram atingidos pela decisão de quebra de sigilos está o vereador paulistano Andrea Matarazzo (PSDB), que já foi já foi secretário estadual de Energia no governo Mário Covas (PSDB), além de ter ocupado cargos importantes durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso. Matarazzo foi embaixador do Brasil na Itália e ministro da Comunicação do ex-presidente.

Além de Matarazzo, a Justiça determinou a quebra de sigilo do ex-presidente do Metrô, Jorge Fagali Neto e de mais 10 pessoas: Eduardo José Bernini, Henrique Fingerman, Jean Marie Marcel Jackie Lannelongue, Jean Pierre Charles Antoine Coulardon, Jonio Kahan Foigel, José Geraldo Villas Boas, Romeu Pinto Júnior, Sabino Indelicato e Thierry Charles Lopez de Arias.

Matarazzo nega participação e conhecimento sobre o esquema. Em agosto, afirmou que "os indícios apontados pelo delegado da Polícia Federal são o fato de eu ter sido secretário de Energia e pertencer ao mesmo partido político que governava São Paulo". O vereador ainda se disse "indignado" por ver o nome ligado a essas denúncias. "É com muita indignação e repulsa que vejo meu nome envolvido, pela primeira vez em 20 anos de vida pública, em denúncias infundadas sobre assuntos dos quais jamais tive conhecimento ou participação.”

O MPF (Ministério Público Federal) denunciou que houve negociações suspeitas entre a Alstom e o governo paulista, principalmente durante a administração Mário Covas, a partir de 1998.

A quebra do sigilo autorizada pela Justiça abrange o período de 1997 a 2000 e foi endereçada tanto à Receita Federal quanto ao Banco Central. Também foi determinada a quebra fiscal as empresas vinculadas aos investigados foi solicitado que seja informado se os suspeitos mantêm contas no exterior.

A Justiça ainda solicitou à Embaixada da França no Brasil informações sobre Phillippe Jaffré e Pierre Chazot, que teriam comandado pagamento de propinas pelo grupo Alstom. Há suspeitas de que Jaffré tenha morrido.

Segundo a Polícia Federal, as propinas foram pagas a fim de garantir contratos para Alstom em áreas como transportes, energia e abastecimento entre 1998 a 2001. Nestes contratos, há um que envolve a estatal paulista EPTE, que atua no setor de energia e contratou, sem licitação, um crédito no banco francês Société Générale, de R$ 72,7 milhões, para adquirir equipamentos do grupo Alstom.

Segundo a PF, a obtenção do crédito foi viabilizada porque a empresa francesa montou esquema de suborno para recompensar funcionários públicos pela aprovação do contrato.
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