terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Edital recebe projetos que propõem soluções para impactos da Copa


Em outubro de 2007, a FIFA oficializou a candidatura brasileira para sede da Copa do Mundo de 2014. Dois anos depois, em outubro de 2009, foi a vez do Rio de Janeiro ser escolhido para sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Frente aos dois grandes eventos esportivos, o país foi envolvido num grande estado de euforia, mas não apenas isso. As competições que virão não são meros torneios passageiros. A preparação das cidades sede da Copa e Olimpíadas enreda consequências ambientais, urbanísticas, econômicas, culturais, demográficas e, principalmente, sociais.

As intervenções já estão transformando a vida das cidades sede, sob a justificativa de um reposicionamento do país no cenário internacional. Essas transformações impactam a população, especialmente, de famílias que foram ou serão obrigadas a se retirarem de suas casas, em virtude das obras realizadas especificamente para as competições. É neste contexto que o Fundo Brasil de Direitos Humanos, por meio do edital "Megaeventos esportivos e direitos humanos", vai apoiar iniciativas que promovam os direitos de grupos ou comunidades vulneráveis aos impactos negativos resultantes da preparação e da organização desses megaeventos.

O edital prevê a doação de até 40 mil reais por projeto selecionado. O objetivo é incentivar a construção de um legado positivo para a população brasileira, sobretudo para os grupos e comunidades vulneráveis, prevenindo e buscando soluções para os impactos sociais negativos e as violações de direitos humanos que venham a ocorrer durante todo o processo.

Serão selecionados projetos de pequenas organizações, com pouco ou nenhum acesso a outras fontes de recursos, que atuam nas cidades sede dos megaeventos esportivos (Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016). O edital busca propostas cujas atividades abordem temas relacionados ao direito à cidade, à moradia e ao acesso a serviços básicos, transporte público e mobilidade urbana, trabalho informal, combate à violência e à criminalização da sociedade civil, bem como a democratização do acesso à informação. Nessa conjuntura, grupos que tenham como foco as questões de gênero, raça, etnia e o respeito à diversidade serão particularmente considerados.

As inscrições devem ser feitas apenas pelos Correios, até o dia 7 de fevereiro de 2014. Todas as orientações para remeter um projeto estão disponíveis no site http://www.fundodireitoshumanos.org.br.

Sobre o Fundo Brasil
Desde 2007, o Fundo Brasil já destinou mais de 5 milhões de reais para o apoio a 200 iniciativas, nas cinco regiões do país. Foram beneficiados diretamente pelos projetos selecionados povos indígenas, comunidades quilombolas e pequenos agricultores; mulheres; afrodescendentes; crianças e adolescentes; população LGBT; grupos que combatem a violência institucional (aquela cometida por ação ou omissão do Estado, suas delegações e/ou empresas); e pessoas impactadas por megaeventos esportivos e/ou projetos de desenvolvimento. Todos os projetos estão no site.
 
Para o Fundo Brasil, as obras para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos têm produzido impactos sociais negativos sobre vários segmentos da sociedade que, muitas vezes, têm resultado em violações de direitos humanos. O objetivo da fundação é fortalecer a perspectiva dos movimentos e organizações sociais em relação a essas violações e propiciar a construção de alternativas capazes de prevenir novos abusos e gerar novos caminhos e mudanças para todo o país.

Serviço
Edital Megaeventos esportivos e direitos humanos
Realização: Fundo Brasil de Direitos Humanos, em parceria com a Fundação Ford
Inscrições:  até 7 de fevereiro de 2014 (somente por Correios)
Foco: Grupos e comunidades que estejam sofrendo violações de direitos humanos em função da realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 no Brasil, que atuem nas cidades sede dos jogos (Belo Horizonte, Distrito Federal, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo).

Com informações do Fundo Brasil de Direitos Humanos


Boa Notícia

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