sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

EUA: Jesuítas, Francisco o papa da colegialidade


Washington – Como se lê no último editorial da revista semanal dos Jesuítas dos EUA, "a primeira renúncia ao pontificado em quase 600 anos", foi "um grande gesto de humildade de Bento XVI" e, ao mesmo tempo, traz "consequências para o papado" (Editorials, “A Collegial Church”, in “America. The National Catholic Rewiew”, January 6-13, 2014).

A revista, mais de tendência “liberal” e desde 2012 sob a responsabilidade do padre Matt Malone, vê, portanto, com grandes esperanças “o amplo programa de renovação e reforma que interessa todos os níveis e autoridades eclesiais” apresentada pelo Pontífice na “Evangelii Gaudium”. 

"Papa Francisco – continua o editorial de America Magazine – demonstrou seu estilo colegial desde o primeiro momento de seu pontificado. Falando do balcão da Basílica de São Pedro na noite do dia 13 de março de 2013, referiu-se cinco vezes a si mesmo como bispo em lugar de invocar títulos como Papa ou Sumo Pontífice, e pediu ao povo reunido de abençoá-lo e rezar por ele”.

Citando, em seguida, o n.32 da exortação apostólica, em que Bergoglio declara se sentir “chamado a viver o que peço aos outros”, pensado, portanto também “a uma conversão do Papado”, a revista da Companhia de Jesus nos EUA julgam portanto, “elemento essencial esta conversão”, a “renovada ênfase sobre a colegialidade, a colaboração e a liderança partilhada com o episcopado no governo da Igreja”.

Um espirito colegial, este último, “demonstrado e praticada pelos própria exortação, em que as Conferências episcopais do mundo todo o mais importante ponto de referência. Papa Francisco cita 10 Conferência no total e a lista é digna de nota também pela sua diversidade geográfica: África, Ásia, EUA, França, Oceania, América Latina, Brasil, Filipinas, República Democrática do Congo e Índia. 

Até agora, o espírito de colegialidade episcopal ao qual sempre se referiu o Papa, também quando bispo, fundamentando-o na constituição dogmática sobre a Igreja do Concílio Vaticano II “Lumen gentium” (em particular nos nn. 22-25), foi concretizado com a criação, a 13 de abril de 2013, do “Conselho de cardeais”, chamado a ajuda-lo no estudo de um projeto de revisão da constituição apostólico “Pastor Bonus” sobre a Cúria Romana. Passando por cima das expectativas dos “conciliaristas”, trata-se de um grupo de prelados que o Santo Padre se serve exclusivamente para fins consultivos, individualmente ou de forma coletiva, para questões particulares.

Não é minimamente atingido o “primado petrino”, como o próprio Francisco declarou no quirógrafo, datado de 28 de setembro de 2013, que institui o novos organismo colegial. Escreve de fato o papa. "Este Conselho, que em relação ao número de seus membro reservo-me configurá-lo de maneira que resulte mais adequado, será uma ulterior expressão da comunhão episcopal e de ajuda ao munus petrinum que o Episcopado espalhado pelo mundo pode oferecer" (cit. ´Nasce um ´Conselho de Cardeais´ para a reforma da Igreja", na agência Zenit, 30 de setembro de 2013).
SIR

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