Alguns dos jubilares não puderam participar devido à idade avançada, distancias ou ao estado de saúde. É o caso das Irmãs Rosita Crippa e Efisia Trivero com 75 anos de Vida Consagrada e Dom Servilio Conti, 97 anos, bispo emérito de Roraima, que no próximo mês de abril, completa 70 anos de sacerdócio. Todos foram lembrados e homenageados.
A missa que contou com a participação também de leigos, amigos e benfeitores foi presidida pelo padre Jordão Maria Pessatti, um dos homenageados. Em sua homilia, o missionário que este ano completa 60 anos de ordenação, recordou os principais momentos na história da fundação realizada pelo Bem-aventurado José Allamano, reitor do Santuário de Nossa Senhora Consolata na cidade de Turim, região norte da Itália.
Confira abaixo, a íntegra da homilia.
FUNDAÇÃO DO INSTITUTO MISSÕES CONSOLATA
(na comemoração da data da fundação)
(na comemoração da data da fundação)
Nesta mensagem, quero recordar para mim e para todos vós alguns pontos da história da fundação da nossa querida Família Missionária, cujo aniversário, antecipado de alguns dias, hoje celebramos.
Depois, como Diretor Espiritual no seminário diocesano, inculcava nos alunos o zelo missionário. O mesmo fazia com os sacerdotes diocesanos, durante os retiros e encontros espirituais realizados na "Casa Santo Inácio", e mais ainda com os jovens sacerdotes do assim chamado "Convitto Eclesiástico". Achava estranho que a diocese de Turim, tão fecunda em numerosas instituições de caridade, não contasse com uma instituição inteiramente consagrada às missões. E decidiu remediar a esta lacuna.
Na mente de Allamano, a fundação do nosso Instituto não surgiu da noite para o dia. Foi algo que amadureceu em seu espírito, através de longa preparação espiritual, e depois de superar grandes provações e sérias contrariedades. Não resta dúvida, o caminho da fundação foi muito empenhativo e cansativo para Allamano, atarefado como estava com o trabalho do Santuário da Consolata, do qual era Reitor, com os compromissos da direção do "Convitto Ecleiástico", com a Casa de Retiros de Santo Inácio e com a Causa de beatificação de seu tio, José Cafasso.
A fundação, ele só pôde realizá-la depois que o Cardeal Agostinho Richelmy, seu antigo companheiro de seminário e amigo, assumiu a sede episcopal de Turim. Nele, encontrou plena partilha de ideais e apoio. Em janeiro de 1900, quando parecia ter chegado o momento da fundação, Allamano contraiu uma grave doença, que o levou às portas da morte. A cura, considerada um milagre da Consolata, foi para ele o sinal de que o Instituto devia ser fundado. De fato, no ano seguinte, no dia 29 de janeiro de 1901, o Instituto Missões Consolata nascia.
A profunda motivação da funda
ção deve ser procurada no próprio espírito de Allamano. A raiz da fundação está na santidade deste generoso sacerdote, que assim explicava: "Como eu não pude ser missionário, quero que as pessoas que se sentem atraídas pela vocação missionária não sejam impedidas de seguir tal caminho".
Há, depois, outras razões contingentes e concretas que, sem dúvida, influenciaram o começo da obra, como: o desejo de continuar a missão do Cardeal Guilherme Massaia, a especial devoção que sempre alimentou para com São Fidélis de Sigmaringa, missionário mártir, o espírito missionário e as insistências que lhe eram feitas por parte de alguns sacerdotes do "Convitto Eclesiástico", desejosos de ver concretizada a obra.
A decisão definitiva de fundar o Instituto foi tomada somente depois de receber uma ordem explícita do Arcebispo, Dom Agostinho Richelmy, que lhe disse: "O Instituto deve ser fundado e deve ser você a fundá-lo". À palavra de ordem do Arcebispo, Allamano respondeu, como respondeu o Apóstolo Pedro a Jesus, por ocasião da pesca milagrosa no mar de Tiberíades: Em teu nome, Senhor, lançarei as redes! (Lc 5,5).
No dia 8 de maio de 1902 partiam para o Quênia os primeiros quatro missionários, dois sacerdotes e dois leigos, seguidos depois por outros.
Allamano, que seguira com sofrimento estes eventos, sem poder evitar suas consequências, viu-se obrigado a intervir, para garantir a indispensável presença das irmãs nas missões. Assim, perante a insistência de Dom Filipe Perlo, e de acordo com o Arcebispo de Turim, mais ainda confortado pelo parecer do Cardeal Jerônimo Gotti, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, mas especialmente arrimado na palavra do Papa Pio X, José Allamano, a 29 de janeiro de 1910, deu começo ao Instituto das Irmãs Missionárias da Consolata. Ele próprio contava mais tarde como havia amadurecido a fundação delas, afirmando: "Foi o Cardeal Jerônimo Gotti que me encorajou a fundar as irmãs, dizendo-me pessoalmente: "É vontade de Deus que se funde o Instituto das irmãs". Ao que eu respondi: "Eminência, congregações de irmãs já existem muitas!" "Sim, retrucou o Cardeal, há muitas irmãs, mas poucas missionárias!"
Allamano dedicou aos seus filhos e filhas as atenções e cuidados mais assíduos, através de contatos pessoais, cartas, encontros formativos. Convencido de que à missão se deve oferecer o melhor, na formação de seus missionários e missionárias visou sempre a qualidade, mais que o número. Queria evangelizadores bem preparados, "santos em grau superlativo", zelosos, dispostos a sacrificar até mesmo a vida. Repetia frequentemente: "Primeiro santos, depois missionários", entendendo o termo "primeiro" não em sentido de tempo, mas como valor prioritário e absoluto.
Se fizermos isso, o Instituto manter-se-á vivo e fecundo, à semelhança da árvore de que nos fala o salmo primeiro, que, plantada à beira da torrente, sempre dá seus frutos, jamais sofre os efeitos funestos da estiagem... (Sl 1,3).
Pois bem, que a graça de Deus, a proteção da Mãe Consolata e do Bem-aventurado José Allamano nos ajudem a ser aquilo que devemos ser: autênticos missionários e missionárias da Consolata! Assim seja!
Pois bem, que a graça de Deus, a proteção da Mãe Consolata e do Bem-aventurado José Allamano nos ajudem a ser aquilo que devemos ser: autênticos missionários e missionárias da Consolata! Assim seja!
Pe. Jordão Maria Pessatti, IMC
São Paulo, 25 de janeiro de 2014.
São Paulo, 25 de janeiro de 2014.
Fonte: Revista Missões
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