No último dia 02 de fevereiro acompanhamos o grande número de devotos de nossa cidade que se reuniu aos pés de Nossa Senhora dos Navegantes. Eram pessoas de distintas proveniências, condições sociais e, podemos também dizer, de diferentes expressões religiosas.
Estima-se que participaram da procissão entre o Santuário de Nossa Senhora do Rosário e o de Nossa Senhora dos Navegantes em torno de 100 mil pessoas. Durante a novena foi também grande o número de participantes nas Celebrações, apesar da greve dos Rodoviários.
Tal participação é expressão da fé que marca a vida de nosso povo. Nosso povo contempla Navegantes procurando nela sinais de esperança, indicações para superar as dificuldades e desafios. Neste sentido, vale recordar o que é propriamente a fé. A fé é a resposta a uma Palavra que interpela pessoalmente, a um Tu que nos chama por nome (Papa Francisco). Sentimo-nos chamados e interpelados, e no cotidiano buscamos corresponder à fé que recebemos.
Neste ano, durante as festividades de Nossa Senhora dos Navegantes tivemos a presença entre nós de Dom Erwin Kräutler, Bispo da Prelazia do Xingu. Durante a homilia da missa diante do Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes, ele lembrou que o ‘sim’ de Maria dividiu a história da humanidade em um antes e um depois de Cristo, fazendo com que Deus “armasse sua tenda no meio de nós”. Nós hoje veneramos Nossa Senhora dos Navegantes, dos caminhantes. Nós a amamos com todo o carinho e não esquecemos que, no braço da Mãe, está o Menino Jesus e ela continua repetindo aos navegantes e viandantes de todos os tempos: ‘fazei tudo o que Ele disser’. Nossa Senhora nos mostra seu Filho e quer que nós sigamos os seus passos”.
Seguir os passos de Jesus é tarefa de todos os seus seguidores e seguidoras. Todos nós nos empenhamos por continuar a corresponder ao que Nossa Senhora diz aos discípulos de todos os tempos: “façam tudo o que meu filho vos disser”. Fazemo-lo como correspondência de amor. Por isso, precisamos, talvez compreender que mais que pedir, é necessário responder!
A Arquidiocese de Porto Alegre, através das Pastorais, das pessoas engajadas, dos Presbíteros e Diáconos, dos Consagrados e Consagradas se empenha por corresponder ao dom da fé recebido. Faz isso não só no espaço de seu território, mas também cooperando com a Igreja-Irmã do Xingu (Prelazia do Xingu - PA). Há pouco mais de 30 anos, por iniciativa do Cardeal Vicente Scherer foi inaugurada uma parceria entre a Arquidiocese de Porto Alegre e a Prelazia do Xingu. Todos os anos, a Arquidiocese de Porto Alegre, promove uma coleta em prol daquela Igreja Particular. Mas não só! A Arquidiocese também tem procurado dispor de três Sacerdotes para colaborar naquela região marcada por não poucos desafios e situações de conflito.
A Arquidiocese manifestou publicamente seu reconhecimento pelo trabalho realizado por Dom Erwin em prol do povo daquela região norte do Brasil, outorgando-lhe a medalha “Mérito Cardeal Scherer”. Desejamos estreitar ainda mais os laços entre Porto Alegre e o Xingu, tanto através do envio de Missionários, como também através do auxílio material necessário para a promoção e divulgação da Boa Nova de Jesus Cristo entre as pessoas que buscam ganhar o pão de cada dia de forma honesta e justa naquelas regiões do nosso imenso Brasil.
Refletindo sobre tão significativa manifestação de fé nesse dia 02 de fevereiro, podemos, talvez, perceber que a autêntica “compreensão da fé é aquela que nasce quando recebemos o grande amor de Deus, que nos transforma interiormente e nos dá olhos novos para ver a realidade” (Papa Francisco). Maria de Nazaré, Senhora dos Navegantes percebeu-se imensamente amada por Deus, e isso lhe permitiu ver a história, o tempo, as pessoas, a realidade com olhos cristalinos, translúcidos, límpidos, castos.
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