Padre Geovane
Saraiva*
Recordar é
viver. Mas não basta só recordar e lembrar as boas ações de um “bispo
benfeitor”, com uma visão futurista, nas suas iniciativas educativas e sociais,
na disposição para o trabalho, revolucionando o meio rural, através das semanas
ruralistas, indo além das expectativas. Penso que é preciso resgatar um tempo,
uma época e uma história em que se faz justiça a um grande bispo, Dom Eliseu
Simões Mendes, merecedor de louvor e eterna gratidão, por seu grandioso e
indiscutível trabalho.
Dom Eliseu
Simões Mendes, com seu trabalho pioneiro, marcou profundamente uma época e foi
um grande pastor. Buscou com amor e entusiasmo novos horizontes. Foi o bispo da
seca, das águas e das ações sociais, desenvolvendo uma obr a
de caráter espiritual e temporal, favorecendo, educando e dando melhores
condições de vida aos homens e mulheres do nosso Ceará, nos 03 anos, tempo que
aqui permaneceu.
No dia 07 de abr il de 1951, acompanhado de grande comitiva, chega
a Capital Alencarina o bispo auxiliar de Fortaleza, Dom Eliseu, jovem de 36
anos, determinado, destemido e com um grande desejo de anunciar o Evangelho, na
certeza de alcançar vitórias e conquistas. Aceitou o grande desafio de iniciar
uma obr a social, de educar na fé e
levar dignidade para uma população carente, marcada pela força avassaladora da
seca.
Ao desembarcar
no Aeroporto Pinto Martins, lá estava presente Dom Antônio de Almeida Lustosa,
Arcebispo de Fortaleza, além de grande número de sacerdotes, representantes do
governo, de associações religiosas, de colégios e o povo em geral.
Aqui na nossa querida
terra, Dom Eliseu colocou em prática o seu lema de bispo: “Salus Gregis” - a
salvação do rebanho, iniciando um trabalho belo, maravilhoso e gigantesco.
Todos seus esforços foram em favor do povo cearense, no sentido de dias
melhores para a nossa gente sofrida, à época, com o flagelo da seca a castigar
a nossa boa gente, tocando-lhe profundamente, na qualidade de nordestino que
era.
Logo ele
integrou-se à Comissão Central de Socorro as Vítimas da Seca (cf. Assistência
às Vitimas da Seca), participando ativamente e entrando em contato com os
representantes de instituições governamentais, que a todos conquistou, com o
seu grande coração, no seu amor pelo rebanho e sua habilidade de um grande
líder que despontava.
Dom Eliseu era
uma pessoa talentosa, com dons e carismas, que soube colocar a serviço dos
necessitados, conquistando e convencendo as pessoas através do entendimento e
da amizade, sem excluir e descriminar pessoa alguma. Seu grande coração, sua
gentileza e amabilidade foi uma ferramenta pedagógica, no sentido de sensibilizar
a todos: políticos, estudantes, líderes comunitários, empresários e
profissionais liberais.
Homem do
gabarito de Dom Eliseu demora a surgir. Olhando para o que ele realizou e
trazendo o passado para os dias de hoje, Deus nos dê a mesma garra e entusiasmo
para que, com firmeza e disposição interior, possamos abraçar a bandeira que
Dom Eliseu assumiu e abr açou com
muita disposição interior.
*Padre da
Arquidiocese de Fortaleza, escritor, colunista, blogueiro, membro da Academia
Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do
Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal - Pároco de
Santo Afonso - geovanesaraiva@gmail.com
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