domingo, 30 de março de 2014

Nhenhenhém De Brasília - A volta do ‘Volta, Lula!’

JORGE MORENO


'Nhenhenhém de Brasília': a volta do ‘Volta, Lula!’ (Reprodução)
Neste momento, há um assanhamento. Porque hoje é sábado? Não! “Há uma mulher que apanha e cala”. Isso, sim, porque hoje é sábado, como diz “O Dia da Criação”, de Vinicius de Moraes, e os jornais estão cheios de matérias negativas contra o governo da presidente Dilma. Para a oposição, “há um renovar-se de esperança, porque hoje é sábado.” 

O assanhamento é da turma do PT do “Volta, Lula!”, por causa dos sete pontos negativos da avaliação do governo. Eles rezam para que essa avaliação contamine a candidata. “É inevitável”, dizem. Nem o Aécio e o Eduardo Campos, juntos, estão vibrando mais que Vaccarezza et caterva. Lula terá de antecipar o encontro com o comando do PT na Câmara para tentar controlar a crise. Crise é força de expressão minha, mas a conspiração contra Dilma. Desta vez, talvez até das outras — quem sabe? —, Lula está de inocente na história.

O cardápio de erros é extenso. Tudo made in governo.

Calma, Dilma!

O que provoca um certo desalento entre os integrantes do governo é que, quanto maiores os problemas, piores são as reações da presidente. 

A outra é melhor

O pior é que a Dilma que se mostra aos amigos não tem nada a ver com a presidente durona.

Romântica

Outro dia, um amigo aplacou a ira presidencial, levando-lhe orquídeas. Dilma não resiste a orquídeas e a um bom livro de biografia ou poesia.

Ruim na fita

Perguntei a um íntimo da Dilma se ela não achava o personagem de Kevin Spacey, no seriado “House of cards”, parecido com o “Coisa-Ruim”.

— De jeito nenhum. O do seriado é mais inteligente — respondeu-me. Dilma já viu todos os episódios da temporada.

Grana

Por falar em gente inteligente, o presidente da Câmara deu ao deputado Eduardo Cunha a relatoria da MP 627, que altera a legislação tributária.

Não há, no momento, matéria que lida com tantos interesses financeiros. São rios de dinheiro em jogo.

Amargos

Atenção, ministros novos: a Dilma não gosta de vinho branco.

Nem do “Coisa-Ruim”!

Cid

Há um plano “B” caso o PMDB acabe mesmo não se acertando com a Dilma. 

Por enquanto restrito ao núcleo político do governo, o plano atende pelo nome de Cid Gomes para compor a chapa como vice. 

Com o governo em queda, o oportunismo do PMDB tende a se acirrar ainda mais. Quanto mais fraco o governo, melhor para ele.

Senado

Caso, na aliança com o PCdoB, Jandira Feghali opte por disputar a reeleição de deputada, o PT já discute nomes para disputar o Senado contra Cabral.

O nome mais forte, até agora, é o do ex-ministro Edson Santos.

Repercussão

Nem tudo é festa para os tucanos. A cada queda na avaliação do governo Dilma, cresce também no PSDB um pequeno movimento pela troca de candidatos.

Só que, a esta altura, ninguém acredita que Serra possa substituir Aécio Neves, patrono da CPI da Petrobras.

Pista molhada

E Eduardo Campos, que havia ligado os motores para correr na frente do Aécio, foi atropelado em plena pista pelo mineiro.

Qualquer coisa agora será a reboque do PSDB.

Desânimo

Notícia que vem de Minas revela um certo desânimo que teria tomado conta do governador Anastasia em relação à política.

Apesar de ter feito uma carreira vitoriosa, o governador se diz cansado da vida de homem público.

A notícia é preocupante porque, neste momento, Anastasia tem quase 80% de intenções de votos para o Senado. Ou seja, nem campanha precisa fazer.

Talvez, com o suposto crescimento do Aécio nas pesquisas, o governador se anime a assumir a coordenação do programa de governo do candidato.

A situação é preocupante no quartel dos tucanos. E pode mexer com a sucessão presidencial caso o governador mantenha o atual estado de espírito.

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