Desempenho das maiores economias do planeta são prejudicados por doenças relacionadas com ar.
Um novo estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 34 dos países mais ricos do planeta, afirma que a poluição atmosférica está custando às maiores economias do mundo trilhões de dólares em mortes prematuras e doenças, sendo que a poluição do transporte é uma das maiores culpadas disso.
Segundo a análise ‘Cost of Air Pollution: Health Impacts of Road Transport’ ('Custo da Poluição do Ar: Impactos do Transporte Rodoviário na Saúde), para as economias da OCDE, a poluição do ar está custando US$ 1,7 trilhão. Já a Índia adiciona quase US$ 0,5 trilhão à conta, e a China sozinha, US$ 1,4 trilhão, totalizando US$ 3,5 trilhões.
O estudo sugere também que o transporte rodoviário é o causador de 50% dessa poluição, sendo o principal fator para a baixa qualidade do ar. Dos 24 países europeus que participaram da avaliação, o transporte rodoviário foi responsável por metade da poluição em todos eles.
Em alguns dos países da OCDE, a poluição até caiu nos últimos anos devido a um maior controle nas emissões de veículos, mas na China e da Índia a qualidade do ar diminuiu à medida que o rápido crescimento do tráfego ultrapassou a adoção de limites mais rígidos nas emissões.
E essa baixa qualidade do ar continua a causar um grande número de problemas de saúde, como doenças respiratórias, cardíacas, infartos e câncer de pulmão. Segundo a pesquisa, cerca de 3,7 milhões de pessoas no mundo morrem de doenças relacionadas à poluição do ar. O número de mortes aumentou entre 2005 e 2010 em 4%, sendo que na China esse percentual foi de 5%, e na Índia, de 12%, e os números podem continuar seguindo essa tendência de aumento, aponta o estudo.
O cálculo do custo econômico desses impactos na saúde, e quanto disso deve-se à poluição do ar do transporte rodoviário, exige a estimativa dos valores das vidas e qualidade de vida perdidas, levando em conta, por exemplo, os prejuízos que a poluição oferece à saúde, lazer e consumo dos indivíduos. "Agora é possível fornecer um cálculo melhor dos impactos de saúde da poluição do ar e dos custos econômicos associados", disse Ángel Gurría, secretário-geral da OCDE.
Gurría apresentou o relatório no Fórum Internacional de Transportes 2014 em Leipzig, na Alemanha. “Esses números, baseados em novas tecnologias para medir a poluição e em análises aprimoradas de dados de saúde, são muito maiores do que os de estudos anteriores sobre mortes prematuras e doenças da poluição do ar. O preço que pagamos para dirigir não se reflete no impacto ao meio ambiente e à saúde das pessoas. Combater a poluição atmosférica exige ações coletivas.”
Por isso, a OCDE pede que os países tomem medidas para resolver a situação, como não dar impostos preferenciais aos combustíveis veiculares, principalmente ao diesel, e também apoiar uma maior rigidez nos padrões de emissão, a expansão das ciclovias urbanas e programas de carros elétricos. A organização também defende uma tarifação nas estradas para reduzir os congestionamentos.
"Não há justificativa ambiental para taxar o diesel menos do que o petróleo. A poluição atmosférica está destruindo nossa saúde e o planeta. Eliminar gradativamente os incentivos tarifários sobre o diesel seria um passo na direção da redução dos custos para ambos [a saúde e o planeta] e do combate às mudanças climáticas."
Felizmente, algumas economias europeias já apresentam tecnologias e regulamentações colocadas em vigor para combater as emissões e reduzir a poluição, e as nações em desenvolvimento começam a seguir esses mesmos passos.
O governo chinês afirmou que pretende retirar das ruas mais de seis milhões de automóveis que estão envelhecendo, com o objetivo de tentar melhorar a qualidade do ar, já que veículos mais antigos costumam ser mais poluentes.
Serão retirados das estradas os veículos com ‘etiqueta amarela’, ou seja, aqueles que não atendem aos padrões chineses de combustível. Estima-se que 330 mil carros serão retirados somente na cidade Pequim, e 660 mil na província de Hebei, que compreendeu sete das cidades mais poluídas da China em 2013.
Instituto Carbono Brasil
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