sexta-feira, 11 de julho de 2014

O porquê das parábolas


Roteiro Homilético
A proposta de reflexão sobre a liturgia dominical é de autoria do Pe. Johan Konings SJ, preparada pelo Pe. Jaldemir Vitório SJ, reitor e professor da FAJE.
 

Isaías disse que a palavra de Deus é eficaz “como a chuva no chão” (1ª leitura). Mas Jesus acrescenta: depende da qualidade do chão! A semente da palavra tem tudo para crescer, mas precisa ser acolhida num chão aberto, generoso, preparado... num coração acessível e profundo ao mesmo tempo (evangelho).
Jesus usa imagens, parábolas. Uma pessoa simples as pode entender, enquanto os de “coração empedernido” ouvem e veem exteriormente, mas não percebem interiormente o que a palavra significa, ao contrário da “terra boa”, que “ouve a palavra e a compreende”.
Jesus falou em parábolas, para que os mais simples pudessem entender, e aparecesse o endurecimento daqueles que as ouvem sem entender. Uns ouvem e não compreendem. A palavra não cria raízes neles. Jesus explica as causas disso: o “maligno” (as forças contrárias a Jesus e ao reino de Deus), a superficialidade, a desistência na hora da dificuldade, as “preocupações do mundo e a ilusão da riqueza”. Mas, graças a Deus, há também aqueles que ouvem e compreendem, e produzem fruto. A diferença está na disposição do ouvinte.
As causas da incompreensão da palavra são ainda as mesmas hoje: estratégia das forças antievangélicas, consumismo, idolatria da riqueza. Em compensação, os “mistérios do reino”, quando apresentados em imagens compreensíveis ao povo, são tão transparentes que até os mais simples os entendem e se tornam seus melhores propagandistas.

Importa, pois, prepararmos o chão dos corações para que possam receber a palavra: combater os fatores de “endurecimento” (dominação ideológica, alienação, consumismo, culto da riqueza e do prazer, etc.). Em vez do fascínio dos sempre novos (e tão rapidamente envelhecidos) objetos do desejo, a formação para a autenticidade e simplicidade, a educação libertadora com vistas ao evangelho. Então a Palavra, que desce como a chuva do céu, poderá penetrar no chão e fazer a semente frutificar.

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