O tema se insere em continuidade com o precedente e ao mesmo tempo contextualiza-se com aquele que será o tema central do Sínodo no próximo ano. A reflexão desta temática retoma os ensinamentos de São João Paulo II na Familiaris consortio, que trata das mudanças culturais e a família. Em um trecho da encíclica, JPII escreveu que “as relações entre os membros da comunidade familiar são inspiradas e guiadas pela lei da ‘gratuidade’ que, respeitando e favorecendo em todos e em cada um a dignidade pessoal como único título de valor, se torna acolhimento cordial, encontro e diálogo, disponibilidade desinteressada, serviço generoso, solidariedade profunda”.
Diante dos desafios atuais, a Igreja é então chamada a refletir sobre a importância de comunicar adequadamente a bondade e relevância da família, autêntica escola de amor cristão. A família é o primeiro e significativo ambiente no qual se experimenta a beleza da vida, a alegria do amor, a gratuidade do dom, a consolação do perdão oferecido e recebido, e onde se inicia a encontrar-se com o outro.
No comunicado divulgado pelo Vaticano sobre o tema escolhido, destaca-se que “a Igreja hoje deve novamente aprender a dizer o quanto a família é um grande dom, bom e belo”. É chamada a encontrar o modo para expressar que a gratuidade do amor, que se oferece aos esposos, aproxima todos os homens a Deus. Sim, porque direcionar o olhar para a verdadeira realidade do homem “abre as portas para o futuro, a vida”.
A mensagem da família, configurada de acordo com o plano de Deus, representa um desafio para o homem “ferido e desiludido”, para o “coração da sociedade ferida e cansada por causa de tantas desilusões amorosas”, e a Igreja deve encontrar maneiras para transmiti-lo.
Para a Igreja, “comunicadora na história” da mensagem de Cristo, por sua vez, “perfeito comunicador do Pai”, trata-se de explorar a nova cultura que, antes de nascer dos conteúdos, nasce do próprio fato que existam novos modos de comunicar, com novas linguagens, novas técnicas, novas atitudes psicológicas.
Devemos recordar que, quanto mais potentes são os meios de comunicação, mais forte deve ser também a consciência ética de quem usufrui e de quem atua neles. Entra em jogo assim o profissional que nele milita, principalmente nos meios de comunicação da Igreja.
É necessário que a comunicação social permaneça e se desenvolva no quadro dos bens de primeira importância para o futuro da família, da humanidade, da Igreja. Vamos então “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor” em um mundo que está esquecendo o real sentido desse grande dom.
O Dia Mundial das Comunicações Sociais é o único dia estabelecido no Concílio Vaticano II (Inter Mirifica, 1963). (Silvonei José)
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