Colecionadores, especialista e marchands de todo o mundo agitam o mercado de artes da ilha.
Por Marco Lacerda*
Naquela manhã, há poucas semanas, o artista plástico Kadir López trabalhava em seu estúdio de Havana quando a campainha soou. Era o ator Will Smith e sua mulher, Jada. “Eu não tinha a menor ideia de que eles iriam aparecer, diz López cujo trabalho se caracteriza por intervenções artísticas em cartazes e outdoors depredados depois da chegada de Fidel Castro ao poder em 1959.
Uma hora e 45 mil dólares depois, Will Smith tinha comprado ‘Coca-Cola Galiano’, uma montagem de 2 metros de largura por um metro de altura, na qual López superpôs uma foto de uma das ruas do mais efervescente comércio de Havana em 1950.
Ao recordar o inesperado acontecimento através de uma troca de e-mails, López ainda estava possuído por um misto de emoção e incredulidade. “Em que outra parte do mundo Will Smith iria pessoalmente à casa de uma artista para comprar uma de suas obras”?
Depois da decisão do presidente Barack Obama de amenizar o embargo econômico imposto a Cuba há mais de meio século, colecionadores de arte, especialistas e marchands de todas as partes do mundo arrumam as malas para viajar a Cuba sem saber que o cenário que os espera é no mínimo sui generis: uma comunidade artística onde os protagonistas sequer tem acesso à internet, muito menos ao material de que precisam para confeccionar suas obras.
Um movimentado corredor de negócios
Artistas cubanos, sejam profissionais estabelecidos ou estudantes, recebem visitas de instituições como o Bronx Museu Of the Arts, o Museu of Modern Art de Nova York e visitantes particulares, na maioria intelectuais ricos que viajam a Cuba apesar das restrições das leis do embargo. “É um fenômeno atípico, duvido que aconteça em outras partes do mundo, diz Carlos Garaicoa, fotógrafo e escultor que divide seu tempo entre Havana e Madrid.
Esse corredor de negócios frequentado por amantes da arte tende a passar em breve por um boom, prevê Alberto Magnan, dono de uma galeria na área de Chelsea, em Nova York, especializada em arte cubana. Magnan, que se encontra em Cuba no momento, recebeu 25 chamadas telefônicas de colecionadores de todo o mundo no dia 17 de dezembro passado, logo depois do pronunciamento de Obama anunciando o movimento entre os dois países para restabelecer relações diplomáticas. Ate agora Magnan tem visitas a Havana de colecionadores agendadas até março. “É uma loucura, diz ele”.
Mesmo com permissão para visitar Cuba sob certas condições, as viagens acabam se transformado em problema já que não se pode pagar nada com cartões de crédito americanos. Mesmo assim, as palavras que se ouvem no circuito comercial das artes são sempre as mesmas: “Quero chegar a Havana antes que a cidade seja ocupada por colecionadores de todo o planeta”.
“Certos compradores potenciais de arte se recusam a viajar a Cuba sozinhos, sem a minha companhia e assessoria”, diz Alberto Magnan e acrescenta: “Espero que em breve o contato com artistas cubanos se transforme também numa forma de arte. É um sinal de maturidade que tanto esperamos de ambos os países”.
Uma hora e 45 mil dólares depois, Will Smith tinha comprado ‘Coca-Cola Galiano’, uma montagem de 2 metros de largura por um metro de altura, na qual López superpôs uma foto de uma das ruas do mais efervescente comércio de Havana em 1950.
Ao recordar o inesperado acontecimento através de uma troca de e-mails, López ainda estava possuído por um misto de emoção e incredulidade. “Em que outra parte do mundo Will Smith iria pessoalmente à casa de uma artista para comprar uma de suas obras”?
Depois da decisão do presidente Barack Obama de amenizar o embargo econômico imposto a Cuba há mais de meio século, colecionadores de arte, especialistas e marchands de todas as partes do mundo arrumam as malas para viajar a Cuba sem saber que o cenário que os espera é no mínimo sui generis: uma comunidade artística onde os protagonistas sequer tem acesso à internet, muito menos ao material de que precisam para confeccionar suas obras.
Um movimentado corredor de negócios
Artistas cubanos, sejam profissionais estabelecidos ou estudantes, recebem visitas de instituições como o Bronx Museu Of the Arts, o Museu of Modern Art de Nova York e visitantes particulares, na maioria intelectuais ricos que viajam a Cuba apesar das restrições das leis do embargo. “É um fenômeno atípico, duvido que aconteça em outras partes do mundo, diz Carlos Garaicoa, fotógrafo e escultor que divide seu tempo entre Havana e Madrid.
Esse corredor de negócios frequentado por amantes da arte tende a passar em breve por um boom, prevê Alberto Magnan, dono de uma galeria na área de Chelsea, em Nova York, especializada em arte cubana. Magnan, que se encontra em Cuba no momento, recebeu 25 chamadas telefônicas de colecionadores de todo o mundo no dia 17 de dezembro passado, logo depois do pronunciamento de Obama anunciando o movimento entre os dois países para restabelecer relações diplomáticas. Ate agora Magnan tem visitas a Havana de colecionadores agendadas até março. “É uma loucura, diz ele”.
Mesmo com permissão para visitar Cuba sob certas condições, as viagens acabam se transformado em problema já que não se pode pagar nada com cartões de crédito americanos. Mesmo assim, as palavras que se ouvem no circuito comercial das artes são sempre as mesmas: “Quero chegar a Havana antes que a cidade seja ocupada por colecionadores de todo o planeta”.
“Certos compradores potenciais de arte se recusam a viajar a Cuba sozinhos, sem a minha companhia e assessoria”, diz Alberto Magnan e acrescenta: “Espero que em breve o contato com artistas cubanos se transforme também numa forma de arte. É um sinal de maturidade que tanto esperamos de ambos os países”.
*Marco Lacerda é jornalista, escritor e Editor Especial do Domtotal.
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