domingo, 25 de janeiro de 2015

Premiê japonês diz que credibilidade de vídeo de Estado Islâmico é alta

Vídeo sugere que um dos reféns japoneses foi morto.

Gravação mostra outro refém segurando fotografia de colega morto.

Do G1, em São Paulo

Imagem divulgada pelo SITE (grupo de monitoramente do terrorismo) mostra o refém japonês Kenji Goto em imagem que teria sido feita após a decapitação de outro refém, Haruta Yukawa (Foto: Reprodução/Twitter/SITE Intel Group)Imagem divulgada pelo SITE (grupo de monitoramente do terrorismo) mostra o refém japonês Kenji Goto em imagem que teria sido feita após a decapitação de outro refém, Haruta Yukawa (Foto: Reprodução/Twitter/SITE Intel Group)
O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe disse neste domingo (25), horário local do Japão, que a "credibilidade" do vídeo que anunciou a execução de um refém japonês pelo Estado Islâmico é "alta", segundo a agência France Presse.
"Estamos verificando sua autenticidade, mas infelizmente no momento não podemos deixar de dizer que a credibilidade é alta", disse Abe à emissora "NHK".
"Considerando a dor intolerável e tristeza que sua família deve estar sentindo, estou sem fala", disse.
"Tal ato de terrorismo é ultrajante e inadmissível e provoca em mim nada além de forte indignação", acrescentou. "Eu o condeno com força e determinação."
O governo vai continuar analisando as imagens para confirmar definitivamente a autenticidade do vídeo, disse Abe.
A gravação de quase três minutos postada neste sábado mostra uma imagem parada de Kenji Goto segurando o que parece ser uma fotografia do corpo de Haruna Yukawa, com uma gravação de áudio na qual Goto fala sobre a nova exigência do Estado Islâmico para liberar uma prisioneira em troca de sua libertação.
O vídeo não foi postado em nenhum canal oficial do Estado Islâmico e nele não aparece a bandeira do grupo. A suposta execução de Yukawa também não é mostrada.
Obama condenou execução
O presidente americano, Barack Obama, condenou neste sábado o assassinato, ainda que a execução não tenha sido confirmada oficialmente pelo governo do Japão.
"Os Estados Unidos condenam firmemente o assassinato brutal do cidadão japonês Haruna Yukawa por esse grupo terrorista", assinala Obama em um comunicado, referindo-se à organização jihadista.
"Renovamos nosso chamado para que seja libertado imediatamente Kenji Goto e todos os outros reféns", diz o comunicado da Casa Branca, acrescentando que os Estados Unidos continuarão trabalhando com o aliado Japão, e elogiando o esforço daquele país para a pacificação e o desenvolvimento do Oriente Médio.
"Continuaremos trabalhando juntos para transformar essas mortes em justiça", acrescenta o texto, referindo-se aos reféns executados pelo Estado Islâmico.
Governo japonês reage
Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, fala com jornalistas em sua residência oficial depois de uma nova mensagem divulgada por membros do Estado Islâmico; o governo está trabalhando para verificar a veracidade das imagens (Foto: AP Photo/Kyodo News )Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, fala com jornalistas em sua residência oficial depois de uma nova mensagem divulgada por membros do Estado Islâmico; o governo está trabalhando para verificar a veracidade das imagens (Foto: AP Photo/Kyodo News )
O porta-voz do governo japonês, segundo a agência Reuters, disse que a suposta execução é "ultrajante" e "inaceitável". Ele exigiu a imediata liberação de Kenji Goto, de 47 anos.
O secretário-chefe de gabinete Yoshihide Suga afirmou, em um breve comunicado televisionado, que o vídeo aparentemente mostra Haruna Yukawa sendo morto. Ainda segundo a Reuters, o governo japonês afirmou que não poupará esforços para assegurar a soltura do outro refém e que não vai se render ao terrorismo.
Entenda o caso
Vídeo divulgado pelo Estado Islâmico mostra dois reféns japoneses; grupo ameaçou mata-los em 72 horas caso não receba US$ 200 milhões de resgate (Foto: AP)Vídeo divulgado pelo Estado Islâmico mostra dois reféns japoneses; grupo ameaçou mata-los em 72 horas caso não receba US$ 200 milhões de resgate (Foto: AP)
Em um vídeo publicado na internet na última terça-feira, um suposto membro do grupo jihadista deu um prazo de 72 horas ao governo do Japão para pagar US$ 200 milhões e evitar a execução de dois reféns de nacionalidade japonesa.
Uma vez cumprido o prazo nesta sexta-feira, as autoridades de Tóquio garantiram que continuam fazendo o possível para libertar os reféns.
O governo revelou que mantém contato com países como Jordânia e Turquia para, através deles, conseguir chegar a autoridades religiosas e líderes locais que ajudem o Japãox a conseguir a libertação dos dois reféns.
Muhammed Ibrahim, um membro do grupo opositor sírio Coalizão Nacional Síria (CNFROS), revelou, por sua vez, à emissora pública japonesa 'NHK' que seu grupo está ajudando o Japão a negociar a libertação dos reféns.
Ibrahim explicou que alguns membros da coalizão estão recolhendo informações sobre os reféns a pedido do governo japonês.
Os dois japoneses sequestrados pelo Estado Islâmico são Kenji Goto, um conhecido jornalista freelancer de 47 anos, e Haruna Yukawa, um homem de 42 anos que aparentemente viajou à Síria para montar uma empresa de segurança e que acabou se unindo a um grupo rebelde, rival do EI
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