Obras-primas da pintura, da literatura e do cinema poderão ser vistas em 2015.
Por Marco Lacerda*
Quando foi inaugurado, no ano passado, o museu da Fundação Louis Vuitton foi uma aparição tão audaciosa no cenário parisiense que fez com que os olhos do mundo se voltassem mais uma vez para a obra arquitetônica do seu criador, o canadense Frank Gehry.
Uma combinação lírica de vidro, concreto, madeira e aço, erguida no Bois de Boulogne, o edifício é a criação mais ousada de que se tem notícia desde que M. Pei instalou uma pirâmide de vidro nos jardins do Museu do Louvre, há 26 anos. Críticos se referem à obra de Gehry como um barco a velas, um palácio de cristal, uma nave espacial.
O museu Louis Vuitton volta novamente a ser o centro das atenções com uma programação cultural de dar água na boca capaz de justificar uma ida a Paris. O cardápio de atrações, elaborado secretamente por Suzanne Pagé, diretora artística da fundação uma exposição reunindo obras-primas da pintura, entre as quais ‘O Grito’, de Edvard Munch, ‘Dança’, de Henri Matisse e ‘Três Mulheres’, de Fernand Léger, entre outras.
Mas a programação parisiense para os próximos meses não fica por aí. Entre deambulações pelas ruas, pausas em cafés e degustações nos novos bistrôs gastronômicos abertos na cidade, o turista terá a sua disposição uma variada agenda de atrações. O pianista Lang Lang e o grupo Kraftwerk se apresentarão na fundação Vuitton ao mesmo tempo em que, no Museu d’Orsay estará acontecendo um evento para marcar o bicentenário da morte do Marquês de Sade, num contraponto dos escritos do autor de ‘Os 120 dias de Sodoma’ com obras de artistas como Picasso, Goya, Rodin e outros.
Bonecas, gravuras e cinema
O Grand Palais oferece duas grandes exposições em suas salas. Numa delas, o visitante poderá descobrir Niki de Saint Phalle (1930-2002), artista autodidata politicamente engajada, militante feminista e autora irreverente de uma obra vasta e original. Seu nome evoca as célebres “Nanás”, sua série de bonecas gigantes, alegres e coloridas, parida nos anos 1960, ou a Fonte Stravinsky, incontornável conjunto de 16 esculturas instalado ao lado do Centro Pompidou.
Escultora, desenhista, gravurista, cineasta experimental, a artista terá mais de 200 de seus trabalhos expostos em 2015. Em outro espaço, o Grand Palais exibe 500 trabalhos do pintor, desenhista, ilustrador e gravurista, Hokusai (1760-1849), considerado um dos maiores artistas japoneses de todos os tempos, conhecido por sua série “Trinta e seis vistas do Monte Fuji” e “A grande onda”, dos anos 1830.
Por ocasião dos 30 anos da morte do cineasta François Truffaut (1932-1984), um dos grandes nomes da Nouvelle Vague, a Cinemathéque Francesa montou uma exposição em sua homenagem, com documentos inéditos de seu arquivo pessoal e também a reconstituição de sua sala na redação da mítica revista Cahiers du Cinéma. Há ainda a reabertura do Museu Picasso, a exposição sobre a pintura de Marcel Duchamp (1887-1968), no Centro Pompidou e a coleção do marchand do impressionismo Paul Durand-Ruel (1831-1922), no Museu do Luxemburgo.
*Marco Lacerda é jornalista, escritor e Editor Especial do Domtotal.
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