quinta-feira, 16 de abril de 2015

Detectada bactéria que mata oliveiras

Cientistas identificam origem de bactéria responsável pela morte de oliveiras milenares.

Grande produtora de azeite, França tenta evitar contaminação.
A França identificou pela primeira vez em um pé de café originário da América Central a bactéria "Xylella fastidiosa", microrganismo responsável pela morte de oliveiras milenares no sul da Itália. O ministério da Agricultura francês disse nessa quarta-feira (15) à tarde que as plantas foram apreendidas em uma data não especificada no mercado atacadista do município de Rungis, no Sul de Paris. As plantas, "provavelmente originárias da América Central, chegaram à União Europeia pela Holanda", informou o ministério.
Em 2013, esta bactéria chegou à Itália através de uma planta ornamental de café vinda da Costa Rica, que chegou à Europa pelo porto holandês de Roterdã, segundo o Instituto Agronômico Mediterrâneo, com sede em Bari (sul da Itália). Desde então, o organismo destrói as oliveiras da região italiana de Apúlia, região sul do país, um dos primeiros produtores de azeite do mundo, mas não representa um risco para a saúde humana.
"Uma investigação está sendo conduzida para determinar sua origem exata", agregou o ministério francês, que ainda não decidiu se outras medidas para ver se outros vegetais também estavam contaminadas serão tomadas.
No início de abril, a França lançou uma campanha de aumento da fiscalização e unilateralmente proibiu a importação de vegetais de áreas infectadas. A medida, destinada principalmente à produção agrícola de Apúlia, preocupa a Itália.
Na ausência de medidas no âmbito da União Europeia, o ministério francês decidiu "não esperar" e tomar medidas em nível nacional, justificou. De acordo com o ministério francês, a reunião de peritos em Bruxelas deveria promover a adoção ainda este mês de uma decisão, embora ainda persistam dúvidas sobre quais vegetais serão proibidos.
Falta de tratamento
A França, que tem uma grande produção de azeitonas na ilha de Córsega e com uma grande região frutífera no sul, tomou a decisão no cenário de falta de tratamento para erradicar a bactéria transmitida por um inseto voador.
O ministro da Agricultura italiano, Maurizio Martina, chamou a reação francesa de "totalmente inadequada", julgando que "toda a Europa" deva resolver o problema de "maneira coordenada".
"Temos milhões de oliveiras em Apúlia, e apenas uma dúzia de milhares estão doentes", disse à AFP Cosimo Lacirignola, diretor do Instituto Agronômico de Bari, que não entende a decisão de proibir "102 espécies vegetais, quando apenas 13 são suscetíveis de serem infectadas".
Segundo Lacirignola, a 'Fastidiosa' está presente nas vinhas da Califórnia há mais de 130 anos. Mas na Itália, a subespécie 'Paoca' ataca apenas 13 espécies de plantas, incluindo as oliveiras.
Neste sentido, a associação de agricultores italiana Coldiretti pediu no final de março que a tradicional distribuição dos ramos de oliveira durante a Semana Santa fosse evitada para barrar a propagação das bactérias.
A eclosão dos ovos de 'Aphrophoridae', inseto transmissor da doença, começa em poucos dias e circulação de ramos de oliveira foi considerada um momento "muito perigoso" para as plantas, segundo a Coldiretti. Para Lacirignola, a erradicação da bactéria passa pela remoção das larvas antes que elas se transformem em insetos.
AFP

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