domingo, 5 de julho de 2015

Países marcados pela pobreza esperam palavras de esperança do Papa Francisco

Agência Ecclesia
 

Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor
Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor

Religiosas relatam à Ecclesia trabalho social e pastoral que desenvolvem no Equador e Bolívia

Lisboa, 04 jul 2015 (Ecclesia) – O Equador, um país “cheio de recursos mas nas mãos de algumas famílias”, onde o poder político “manipula” e a população não desiste de ter “esperança”, prepara-se para receber o Papa Francisco este domingo.
A Irmã Maria do Carmo Bogo, missionária comboniana, viveu em Esmeraldas, uma cidade no norte daquele país sul-americano, o primeiro a receber o Papa, numa viagem apostólica que tem início amanhã e se prolonga até 13 de julho.
Há mais de 60 anos no Equador, as missionárias combonianas apostam na formação e no apoio médico aos mais carenciados.
“A Igreja Católica quer ajudar a esclarecer e a formar as pessoas. Temos escolas e clínicas para atender quem não tem recursos”, indica a religiosa missionária à Agência ECCLESIA.
Formada em comunicação social esteve, entre 2002 e 2004, a trabalhar na rádio diocesana Antena Livre, em Esmeraldas, onde procurava dar “notícias que outros não davam” e estar próxima do povo, ajudando a formar consciências.
A religiosa assinala o “sentimento de esperança” que os equatorianos mostram apesar da “corrupção e manipulação”.
“Nas universidades os jovens pobres não podem entrar. Em Esmeraldas, havia uma menina que trabalhava comigo que queria melhorar de vida e entrar para a faculdade e estudar. Mas era muito difícil e não havia uma clareza quanto ao que pagar mensalmente. Iam exigindo dinheiro todos os dias e não se sabia porquê. A corrupção está em tudo. Um jovem que não tem uma família que o ajude não consegue”.
É um país “muito rico em petróleo e frutas”, mas onde a “riqueza fica nas mãos de alguns”, aquele que receberá o Papa, um contexto, afirma a Irmã Maria do Carmo, que Francisco não podia deixar de visitar.
“Eles sentem que o Papa lhes pertence, como cidadão da América Latina, e esperam que deixe a esperança, tão necessária para continuar a lutar pelos seus direitos e a viver”.
A acompanhar a visita de Francisco à distância, a missionária comboniana espera ver sublinhados apelos “especialmente dirigidos aos políticos” de “atenção aos mais débeis e fracos” e de “não abandono dos pobres”.
Três dias depois da chegada ao Equador, Francisco ruma à Bolívia, o segundo país mais pobre da América Latina, onde as Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor desenvolvem um trabalho de formação educacional e de catequese familiar para promover uma sociedade mais justa.
A fazer as malas para partir para a Bolívia, para um missão de mês e meio juntamente com duas voluntárias, a religiosa Luísa Pinto Carneiro, também professora de Educação Física, espera colocar a sua formação pedagógica ao serviço dos jovens e das crianças.
“Será um trabalho muito variado: acompanhar a comunidade religiosa na sua vivência e inserção, prestar cuidados de saúde e tratamentos, auxiliar no centro de educação alternativa – um centro de estudos, apoio escolar, informática, onde se aprende música, para além da vertente pastoral”, explica à Agência ECCLESIA a Franciscana Missionária da Mãe do Divino Pastor.
 “Uma das realidades que percebemos é uma educação muito deficitária onde há necessidade de contribuir e ajudar. Há muitas crianças que vivem abandonadas porque os pais emigraram e estão longe, e assiste-se igualmente ao abandono da classe idosa, em especial das zonas mais isoladas”.
As Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor, presentes na Bolívia, estão a mobilizar-se para a visita do Papa a La Paz para acolher os impulsos que deixará naquela país.
A última etapa da viagem de Francisco será no Paraguai onde estará entre 10 e 12 de julho.
LS

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