Padre Geovane saraiva*
Nossa especial deferência, em
agradecimento ao nosso bom Deus, aos personagens iluminados de São Francisco
Xavier e Santa Teresinha do Menino Jesus, Padroeira das Missões. Ele foi uma
criatura de Deus, apaixonado pelo Reino, com grande disposição interior para o
trabalho missionário, com seu jeito de viver e testemunhar a fé por ele
professada, ao plantar a semente do Evangelho no Oriente. Ela quer nos ensinar
sempre que a oração é o sustento da nossa ação missionária, e que o sucesso do
nosso trabalho depende da nossa íntima e estreita união com Deus, na qual a
contemplação da face de Deus é a arma imprescindível e poderosíssima, no
sentido de sensibilizar as pessoas na realização de seus sonhos e projetos. Que
a Igreja, sacramento de salvação, continue, corajosamente e com grande
sabedoria e ardor, a anunciar o Evangelho da salvação aos homens hodiernos, sem
nunca perder de vista a essência da missão, que é partir até aos confins do
mundo.

Como é maravilhoso, neste
mês de outubro, o mês das missões,
pensar na generosidade, doação e renúncia do missionário da misericórdia, o
Augusto Pontífice, que impulsiona a renovar o nosso chamado, à medida que
refletimos sobre a vida dos Padroeiros das Missões: de um lado, São Francisco
Xavier, com sua vida inteiramente apostólica; e de outro, Santa Teresinha do
Menino Jesus, com sua vida essencialmente de amor e contemplação, vivida a
partir do mundo das famílias, bem dentro do que Francisco asseverou, no
Encontro Mundial das Famílias de 22 a 25 de setembro de 2015, na Filadélfia: “O
amor exprime-se em pequenas coisas, que fazem com que a vida tenha sabor de
casa; abrir aos milagres do amor”.
De acordo com o pastor dos
empobrecidos, Dom Helder Câmara, “Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair
de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso Eu”. É exatamente essa afirmação que nos faz
refletir sobre São Francisco Xavier (1506-1552), considerado o Apóstolo do
Oriente, “o gigante da história das missões”. Ele era um sonhador, cheio de
ambição e vaidade! Homem talentoso e de inteligência privilegiada, estudante da
Universidade de Paris, doutorou-se em 1526. Ao iniciar sua vida acadêmica em
Paris, logo conheceu Inácio de Loyola, com quem estabeleceu uma sólida e
estreita relação de amizade. Foi justamente essa amizade e as constantes
conversas fraternas, como também uma intensa vida de oração, que o
transformram por completo, passando de sonhador e idealista para um realista,
fato evidenciado na sua opção pelo projeto de Nosso Senhor Jesus Cristo,
dizendo “não” à glória humana, às vaidades e às riquezas ilusórias.
Do mesmo modo, Santa Teresinha do
Menino Jesus (1873-1897), em uma vida tão curta e com morte prematura. Como
poderia se tornar Padroeira das Missões, monja de vida contemplativa, sem
jamais deixar a clausura? Quais foram as realizações de Teresinha para merecer
tão honroso título? Veja o que ela disse: “Quereria percorrer a terra, pregar o
teu nome, implantar no solo infiel a tua cruz gloriosa, mas, ó meu Bem Amado,
uma missão só não me bastaria: Quereria, ao mesmo tempo, anunciar o Evangelho
nas cinco partes do mundo e até nas ilhas mais longínquas”.
Como são encantadoras as palavras
do Servo de Deus, Dom Helder Câmara, continuando sua assertiva: “Missão é
partir, é não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que
pertencemos: a humanidade é maior. Missão é partir, mas não devorar
quilômetros. É, sobretudo, abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e
encontrá-los. E, se para encontrá-los e amá-los é preciso atravessar os mares e
voar lá nos céus, então Missão é partir até aos confins do mundo”. Foi o que
fez o Sucessor de Pedro: partiu, voou bem alto, foi bem longe! Abençoou a
América, sim, mas também disse diante da dor e gemido do planeta: “A
experiência humana da Igreja é a dor de tantos, de muitos, que não podem mais
esperar”.
Que neste mês de outubro, Deus
nos dê a graça do ardor missionário, inspirados nos santos padroeiros das
missões, em Dom Helder Câmara, ao dizer: “Se eu pudesse, sairia povoando de
sono e de sonhos as noites mal dormidas dos desesperados”, sem esquecer o Papa
Francisco, homem de Deus, ao encantar todo o Universo, concretamente, pelos
seus gestos de generosidade, doação, renúncia e entrega de sua própria vida, na
abertura e respeito com o mesmo mundo, a ponto de dizer: “Quem sou eu para
julgar”.
*Escritor, blogueiro, colunista, vice-presidente da Previdência
Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso, Parquelândia, Fortaleza-CE – geovanesaraiva@gmail.com
Texto maravilhoso, Padre Geovane. O interlaçamento desses espíritos, esses homens iluminados, Dom Helder, Papa Francisco, Francisco Xavier Inacio de Loyolla, ah, e Santa Terezinha,de Jesus, todos expressando o mesmo ardor .
ResponderExcluirE Dom Helder: "Dom Helder Câmara, ao dizer: “Se eu pudesse, sairia povoando de sono e de sonhos as noites mal dormidas dos desesperados”,
Amei a matéria, inspiradíssima.