Além de 410 desabrigados, outras 400 pessoas foram removidas das casas.
Órgãos municipais se reuniram para determinar medidas contra alagamento.
Cerca de 800 pessoas tiveram de sair de casa na região das ilhas de Porto Alegre devido à chuva que atinge a capital gaúcha. No começo da noite deste domingo (11), mais de 400 pessoas estavam em abrigos públicos enquanto outras 400 eram retiradas de suas casas, segundo a prefeitura. Em meio ao aumento no número de afetados, órgãos municipais se reuniram para definir as ações que serão realizadas para enfrentar os alagamentos.
Entre os 410 desabrigados, 200 estão no Ginásio Tesourinha, 50 em uma igreja na Ilha do Pavão, 80 em centros comunitários na Ilha das Flores e 80 na sede do Centro Administrativo Regional, além de vários animais que também foram resgatados pela Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda) da capital gaúcha. A prefeitura procura por um local no bairro Humaitá para abrigar os moradores que não querem deixar a Zona Norte da cidade. Doações podem ser entregues diretamente no Tesourinha.
Durante a tarde, funcionários do Departamento de Água e Esgotos (DEP) realizaram uma operação especial para fechar as comportas do muro do Cais Mauá, no Centro de Porto Alegre. O objetivo é evitar um alagamento na cidade, já que o nível do Guaíba oscila entre 2,78m e 2,80m, a maior marca desde 1967.
"Foi um teste para vermos se todas [as comportas] estavam funcionando. Obtivemos sucesso e verificamos que, se não fossem esses investimentos no sistema de proteção de cheias, a cidade poderia enfrentar uma situação de caos com o agravamento das chuvas", afirmou o prefeito José Fortunati.
Entre as 14 comportas, funcionários do órgão fecharam 13. Somente a comporta principal, do Centro, permaneceu aberta. "Deixamos aberta apenas a comporta central para que os veículos possam entrar e as equipes façam o monitoramento. Mas, se for necessário, também será fechada. É preventivo", afirmou o prefeito.
A prefeitura também manifesta preocupação com os afluentes. O principal é o Rio Jacuí, que responde por 85% do volume que deságua no Guaíba. O Metroclima, sistema municipal de previsão do tempo, estima que a chuva dos próximos dias não deve causar impacto na enchente. Ainda assim, as equipes da prefeitura seguem em alerta.
Entre as 18 casas de bombas, apenas uma passa por manutenção. O equipamento localizado na Avenida da Legalidade foi desligado, o que deveria fechar a comporta, impedindo que a água do Guaíba chegue à cidade. No entanto, a comporta permaneceu aberta, e a água invadiu a Rodoviária da cidade.
Pelo menos 15 lojas da estação foram fechadas. A água chegou a 30cm de altura no trecho mais baixo. O corredor principal de acesso aos ônibus está interditado desde as 11h e não há previsão de ser liberado. Os passageiros foram orientados a acessar a parte lateral. Nenhum horário de saída ou chegada foi cancelado.
A chuva ainda causa impacto no trânsito. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) realiza bloqueios no acesso à Avenida da Legalidade pelo cruzamento entre a Rua Voluntários da Pária e a Avenida Cairú. Agentes também monitoram a Avenida Assis Brasil, no limite com Cachoeirinha, na Zona Norte, devido ao nível do Rio Gravataí.
Em caso de necessidade, moradores podem entrar em contato com a prefeitura pelo número 156. A Secretaria do Meio Ambiente (Smam) realiza plantão extraordinário. A Defesa Civil pode ser contatada pelo 51 3268.9026 e o DEP, pelo 51 3289 2200.
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