quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Tribunal Internacional seleciona finalistas

Estudantes defenderam gestão hídrica da Amazônia em perspectivas internacionais.
Por Juliana Duran*
No sábado (10) as seis equipes classificadas para a 6a fase do Tribunal Internacional Estudantil, TRI-e, defenderam a proteção internacional dos recursos hídricos da Amazônia sob a luz dos Direitos Fundamentais e do Direito Internacional. O Tribunal integra calendário anual da Escola Superior Dom Helder Câmara e dele fazem parte estudantes do curso de Direito da instituição e do ensino médio de escolas convidadas.
No debate do dia, grupos que representaram os países Arábia Saudita, Espanha e Itália expuseram teses favoráveis à gestão internacional dos recursos hídricos da Amazônia. Para tanto, elaboraram planos em que se discutiram a soberania dos Estados, a necessidade da gestão sustentável dos recursos e os modos de proteção e garantia das águas Amazônicas, declaradas patrimônio da humanidade pela Unesco. As propostas versaram sobre modos de colaboração e participação de outros países na gestão das águas.
Os países contrários à participação internacional na Amazônia foram representados pelos grupos da China, de Israel e do México. Os argumentos dos grupos favoráveis e dos oponentes demonstraram a amplitude das pesquisas sobre as políticas ambientais dos países representados, além de questões econômicas e sociais relevantes para o debate, composto de apresentação, questionamentos dos alunos participantes, defesa e tréplica.
A comissão avaliadora foi presidida pelo Cônsul Honorário do Reino Unido, professor José Antônio Neto. Em seu comentário final, ao apresentar o veredito da banca, o Cônsul parabenizou os grupos participantes e observou a clareza na defesa das posições, contra ou a favor do tema proposto, como uma qualidade dos que se sobressaíram no Tribunal.
Em entrevista, o Cônsul salientou que essa é uma experiência extremamente rica. "A razão pela qual digo isso é que o trabalho sobre o tema específico demanda um conhecimento multidisciplinar e a interação entre os alunos e os professores. Cria-se a oportunidade para que as metodologias de um processo jurídico sejam discutidas e avaliadas. Permite aos alunos o exercício da oratória e da argumentação. É um aprendizado grande para quem está diretamente envolvido no processo, para toda a comunidade e até mesmo para os professores", afirmou.
O professor da Escola Superior Dom Helder Câmara, coordenador do Tribunal, Franclim de Brito, incentiva as equipes participantes a se aprimorarem e se inscreverem novamente nos próximos anos. "Interessante que os alunos que participam e não vão até a final me encontram e dizem que valeu a experiência. É um aprendizado do exercício jurídico", acrescenta.
Os finalistas, representantes do México e da Espanha, se preparam a seguir para a etapa final, a se realizar no dia 7 de novembro. "O grupo se reune agora para avaliar os pontos positivos que dentro de um cenário mundial serão favoráveis à nossa tese. Sobre a dedicação necessária, Luiz Guilherme Rosas explica que "tudo é em grupo, se todos participarem e tiverem uma base de pesquisa boa, dá para conciliar com o dia a dia da faculdade, o trabalho e a realidade de cada um", afirma o aluno do oitavo período do curso de Direito da Escola Superior Dom Helder Câmara.
"Foi maravilhoso participar, o evento é muito bem organizado e tem uma excelente estrutura para nos receber. Não me passava pela cabeça a abrangência do tema, com efeitos tão impactantes. Tinha um conhecimento da atuação e da posição do país defendido, mas a experiência é válida, não somente pelo prêmio, mas pelo aprendizado de se discutir a questão em uma proposta internacional", disse João Gabriel Resende Bruno, estudante do ensino médio do colégio Santo Antônio.


*Repórter Dom Total

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