Governo decretou luto oficial de três dias na Turquia.
Duas explosões simultâneas deixaram centenas de feridos em Ancara.
Moradores da cidade turca de Istambul foram às ruas no fim da tarde deste sábado (10) em um protesto contra um atentado que deixou pelo menos 90 pessoas mortas na capital da Turquia, Ancara. Duas explosões quase simultâneas aconteceram em frente à Estação Central da cidade, no meio de uma manifestação de curdos em favor da paz e a poucas semanas das eleições.
De acordo com o gabinete do primeiro-ministro turco, o número de mortos chegou a 95 na tarde deste sábado (horário de Brasília). Outras 246 ainda estão sendo tratadas, e 48 delas estão na unidade de cuidados intensivos, segundo o governo turco. O comunicado diz ainda que os procuradores de Ancara estão trabalhando na identificação e autópsia das vítimas fatais. Assista ao vídeo abaixo:
O duplo atentado foi supostamente executado por dois suicidas, declarou neste sábado o primeiro-ministro islâmico conservador Ahmed Davutoglu, ao anunciar três dias de luto nacional pela tragédia.
O ataque ocorreu pouco antes do início de uma manifestação pacifista convocada pela oposição pró-curda, a três semanas de eleições legislativas antecipadas.
Prêmio Nobel da Paz condena ataque
Hussein Abassi, um dos vencedores do Prêmio Nobel da Paz por mediar uma transição pacífica em Primavera Árabe do país, chamou o bombardeio na Turquia que matou dezenas de pessoas neste sábado de "bárbaro" e apelou a comitê independente para descobrir quem estava por trás dele.
Hussein Abassi, um dos vencedores do Prêmio Nobel da Paz por mediar uma transição pacífica em Primavera Árabe do país, chamou o bombardeio na Turquia que matou dezenas de pessoas neste sábado de "bárbaro" e apelou a comitê independente para descobrir quem estava por trás dele.
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Abassi, chefe da União Geral Tunísia do Trabalho (UGTT), conversou com a Reuters à margem de uma conferência sindical internacional em São Paulo.
Segundo ele, a manifestação era pacífica de organizações sindicais. "A forma como eles foram atacados, mortos e feridos é inaceitável. Esta atrocidade é uma ameaça para todos os que buscam a paz", disse Abassi à Reuters. "Peço à Turquia a criação de uma comissão independente para investigar quem cometeu este ato de barbárie", disse.
Twitter instável na Turquia
Muitos usuário não conseguiram entrar no Twitter neste sábado na Turquia, informou a rede social em seu site, após o atentado. Não está claro até o momento se o problema está relacionado ao atentado, mas o governo turco já atuou previamente para bloquear ou limitar as redes sociais em momentos complicados, gerando acusações de censura.
Muitos usuário não conseguiram entrar no Twitter neste sábado na Turquia, informou a rede social em seu site, após o atentado. Não está claro até o momento se o problema está relacionado ao atentado, mas o governo turco já atuou previamente para bloquear ou limitar as redes sociais em momentos complicados, gerando acusações de censura.
"Os usuários na Turquia informam sobre problemas para entrar no Twitter e em muitas zonas. Estamos investigando e esperamos que o serviço seja retomado logo completamente", tuitou a conta @policy do Twitter em inglês e em turco.
Em julho, uma corte turca ordenou uma proibição para a publicação de imagens de um mortífero atentado perto da fronteira com a Síria em todos os meios escritos, visuais e online, incluindo o Twitter.
62 morreram na hora
O ministro turco da Saúde, Memet Müezzinoglu afirmou que "62 pessoas morreram no ato".
O ministro turco da Saúde, Memet Müezzinoglu afirmou que "62 pessoas morreram no ato".
A manifestação contava com milhares de participantes e foi convocada pelos colégios de Engenheiros e Médicos e dois sindicatos de esquerda.
Autoridades estão investigando informações de que um homem-bomba detonou seus explosivos e que as explosões foram um atentado terrorista. Um oficial turco, que não quis se identificar, disse à Reuters que nenhum veículo foi destruído nas explosões.
"Existem provas claras que demonstram que este ataque foi lançado por dois suicidas", afirmou o primeiro-ministro islamita-conservador turco, Ahmed Davutoglu, que também anunciou três dias de luto nacional pela tragédia.
A representante da política externa da União Europeia, Federica Mogherini, convocou a Turquia a permanecer unida contra os terroristas. "O povo turco e todas as forças políticas devem permanecer unidas diante dos terroristas e contra todos os que tentam desestabilizar o país, que enfrenta muitas ameaças."
O gabinete do primeiro-Ministro turco Ahmet Davutoglu informou que ele se reuniu com o vice-primeiro-ministro Yalcin Akdogan, funcionários do governo e chefes de segurança, para discutir o caso. "Condenamos este ataque atroz contra nossa democracia e a paz de nosso país", disse o ministério.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou o atentado e o comparou aos ataques da guerrilha curda contra soldados e policiais turcos.
Erdogan chamou a tragédia de "um abominável ataque contra a unidade e convivência", e acrescentou que ele "não se distingue em nada dos atos de terror contra cidadãos inocentes, servidores, policiais e soldados", em referência às ações do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
"Somos contra todo tipo de terror e de organização terrorista. Devemos estar todos unidos contra isso, trabalharemos juntos para esclarecer (os atentados). Acredito que os responsáveis serão conhecidos o quanto antes e entregues à Justiça.", disse Erdogan.
O ataque ocorre a três semanas das eleições legislativas antecipadas, previstas para o dia 1º de novembro. O clima político está abalado pelos confrontos diários e sangrentos entre as forças turcas e os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no sudeste de maioria curda.
A cúpula do PKK anunciou neste sábado que estabelecerá um cessar-fogo unilateral até as eleições. Em comunicado, divulgado pela agência curda Firat, o PKK diz que seus militantes "suspenderão as ações previstas" e "evitarão todo movimento, salvo em defesa própria", medidas tomadas para evitar as acusações do governo turco de que a guerrilha põe a segurança do pleito em perigo.
Brasil repudia terrorismo
Em nota divulgada no início da tarde deste sábado (10), o Ministério das Relações Exteriores disse que o governo brasileiro "manifesta sua profunda consternação pelas explosões que vitimaram dezenas de pessoas em Ancara".
Em nota divulgada no início da tarde deste sábado (10), o Ministério das Relações Exteriores disse que o governo brasileiro "manifesta sua profunda consternação pelas explosões que vitimaram dezenas de pessoas em Ancara".
O texto afirma ainda que o país transmite "suas sinceras condolências aos familiares das vítimas e empenha sua solidariedade ao povo turco e ao Governo do país".
A nota conclui dizendo que o Brasil "reitera seu firme repúdio a qualquer forma de terrorismo".
EUA condenam ataque
Os Estados Unidos condenaram o "terrível atentado terrorista" na capital turca, denunciando a "depravação" de seus autores.
EUA condenam ataque
Os Estados Unidos condenaram o "terrível atentado terrorista" na capital turca, denunciando a "depravação" de seus autores.
"O fato de este ataque ter ocorrido antes de uma manifestação pela paz planejada ressalta a depravação daqueles por trás do mesmo e serve como um lembrete da necessidade de enfrentar desafios de segurança compartilhados na região", informou a Casa Branca em um comunicado.
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