Padre Geovane Saraiva*
Dia é o espaço de tempo que vai,
em determinados lugares da Terra, entre o instante do nascer do Sol e o seu
ocaso, com claridade de luz e sol. É a esperança de cada dia que começa a
despontar, circunstância durante a qual o Sol ilumina o horizonte, para o nosso contexto dentro do planeta, com
duração de vinte e quatro horas, regulada pela rotação da Terra sobre si mesma.
O dia é sinônimo de claridade, de
sol. Para nós cristãos, aos olhos da fé, “sol” é uma palavra que vai muito além
da definição acima, transcende, e torna-se indizível no mistério insondável de
Deus, no que assevera o Livro Sagrado:
“Nunca mais o Sol a iluminará de dia, nem a Lua de noite, pois eu, o
Senhor, serei para sempre a sua luz, e a minha glória brilhará sobre você” (cf.
Is 60, 19).
Como é maravilhoso recordar o
apóstolo Paulo, missionário por excelência; não conviveu pessoalmente com o seu
Mestre e Senhor. No início, de perseguidor ferrenho da Igreja e dos cristãos,
abraçou a fé na viagem para Damasco, que se deu no ápice da luz do Sol,
transformando-o por completo: “Ora, aconteceu que, na viagem, estando já perto
de Damasco, pelo meio-dia, de repente, uma grande luz que vinha do céu brilhou
ao redor de mim. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, por
que me persegues?’. Eu perguntei: ‘Quem és tu, Senhor?’. Ele me respondeu: ‘Eu
sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo’” (cf. At 22, 6-8).
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQddC2hGJvcsH4l1clviOozaKpNACxmQvhhOycsC62nermJQgecobFl_BdkJPVyx8UwqaNicwcDaQaqQCmK6gMl8rzKuWyCRWf5MHfeKo0ysALKtDew-pLEXk04MNrA6o9LoYcthLgxKB7/s200/francisco+sol.jpg)
Dom Helder Câmara, força mística
e poética da figura humana atemporal, nos assegura que o Sol da Justiça é dom e graça de
Deus: “Há pessoas que, independente de idade, pelo que são, pelo que dizem e
pelo que fazem, são sempre meio-dia”. Nesse sentido, recordando o Apóstolo dos
Gentios, seja no anúncio do Evangelho e carismas, seja na missão e viagens, o
Artesão da Paz, com enorme disposição e sabedoria interior, se esforçou para
imitá-lo.
Guardemos as palavras do Mestre e
Doutor das Nações, que intrepidamente soube anunciar a Boa-Nova do Senhor
Jesus, consciente de que era para ele uma exigência, por isso mesmo sua
disposição para tudo, até a própria vida por causa do Evangelho: “Quanto a mim,
estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se aproxima.
Combati o bom combate, terminei minha corrida e guardei a fé” (2 Tm 4, 6).
Amém!
*Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência
Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário