terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Card. Parolin: celibato sacerdotal, caminho de liberdade

O celibato sacerdotal é uma vocação, um dom de Deus, e é particularmente conveniente para a missão da Igreja. Foi o que afirmou o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, ao encerrar o Encontro iniciado na quinta-feira, 4, na Pontifícia Universidade Gregoriana, sobre o tema “O celibato sacerdotal, um caminho de liberdade”.
A escolha do celibato nem sempre é compreendida no que diz respeito à vida sacerdotal, sendo mesmo criticada, pois ligada à queda no número de ordenações.
O Cardeal Parolin sublinhou que todo discípulo avança sempre no encontro com Deus, não considerando nunca algo como conquistado “uma vez para sempre”. Assim, o sacerdote está a caminho, e a cada dia deve renovar a oferta da própria vida a Cristo e a Igreja, vigiando sobre si mesmo. E a livre oferta cotidiana de si mesmo, renovada pela oração, permite ao mesmo tempo um crescimento e um amadurecimento de toda a pessoa. Cristo – afirma o purpurado –  quer homens livres, interiormente serenos, com uma estrutura pessoal equilibrada e madura, conscientes das exigências do chamado e livremente disponíveis, com a ajuda da Graça, a vivê-lo livremente. Somente um homem livre pode ser também serenamente solteiro e, portanto, o celibato é um caminho de liberdade que dura toda a vida.
O celibato está intimamente ligado à própria identidade presbiteral. O sacerdote, de fato, é “um homem configurado a Cristo”, e  a sua identidade – continua o Cardeal – é o seu “não pertencer a si”. O padre é padre, somente na medida em que a sua vida é totalmente voltada àquele que o chama. Como Cristo, o sacerdote está para servir os irmãos, como Cristo é sinal do amor total e para a sua esposa, a Igreja. Longe de ser uma renúncia ou uma separação da humanidade, o celibato, pelo contrário, manifesta a profunda ligação entre o sacerdote e o povo.
A vocação ao celibato – afirma o Secretário de Estado -  não é contrária aos desejos de felicidade e de plenitude e pode ser acolhida somente em uma relação com o Mestre. O celibato, de fato, é exigido como uma norma disciplinar, mas esta norma tem um fundamento vocacional. Não se dá a própria vida para respeitar uma regra, mas para oferecê-la a uma pessoa, ao próprio Deus, e assim fazer dela um dom para todos os homens, para a Igreja e para o mundo. Para o sacerdote que a acolheu, a vocação ao celibato, no equilíbrio e na disciplina dos afetos, se alimenta na vida cotidiana por meio de uma série de relações: com o Senhor, com os próprios entes queridos – os confrades, os familiares e os outros amigos – assim como os fieis, a ele confiados em razão do ministério.
O Cardeal Parolin explicou que “a Igreja Latina continua, não obstante todas as dificuldades e as objeções levantadas ao longo dos séculos, a considerar conveniente fazer a escolha de conferir a Ordem Presbiteral somente a homens que deem prova de serem chamados por Deus ao dom da castidade, no celibato absoluto e perpétuo”. E explicou as razões disto: no celibato, o sacerdote é livre para amar todos em Cristo. O celibato constitui, para o sacerdote, a oportunidade de assumir, em profundidade e verdade (…), as pessoas e as situações que encontra, em razão de seu ministério. O seu amor, portanto, é livre, porque não contém o desejo da posse. Para a sua vida e a sua missão – conclui o cardeal – o celibato é “um viajar leve” para chegar a todos, levando somente o amor de Deus.
SIR

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