Roma (RV) - Uma maratona de oração de 24 horas, em Roma, por ocasião do terceiro ano de pontificado do Papa Francisco. Uma maratona como tem sido a vida de Francisco. Uma iniciativa que terá início na noite deste sábado e se concluirá na noite de domingo para recordar o dia 13 de março de 2013, data da sua eleição à Cátedra de Pedro. “Três anos com o Papa Francisco”.
A particularidade do evento, no ano do Jubileu da Misericórdia, promovido pela comunidade da igreja de São Lourenço, próximo ao Vaticano, é a possibilidade de confissão durante toda a vigília, com sacerdotes que se alternarão para conceder o perdão do Senhor. “Um evento promovido para confiar a Jesus o pontificado e a vida do Santo Padre como ele mesmo nos pede em cada ocasião: 'Rezem por mim!'. Esta é a nossa resposta do coração”, destacam os organizadores.
Neste fim de semana, a Igreja dispersa em todo o mundo estará unida em oração pelo seu pastor, que “tem o cheiro das ovelhas”. Passaram-se três anos daquela tarde chuvosa em que o Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Bergoglio se apresentou ao mundo com um “buona sera”, (boa noite) e um sorriso que contagiou fiéis e não fiéis. Após um Conclave intenso e rápido um jesuíta é escolhido como Sucessor de Pedro; seu nome Francisco.
Um bispo que “veio do fim do mundo” apareceu no balcão central da Basílica vaticana para recordar que os cardeais tinham escolhido um novo bispo para Roma. E que ele estava ali, para antes de abençoar, ser abençoado pelo povo. Todos entenderam que um vento novo estava soprando sobre a Praça São Pedro e sobre a Igreja. Naquela noite após a chuva, uma noite estrelada anunciava a chegada de um novo tempo para a Igreja de Cristo.
Nestes três anos foram muitos os momentos marcantes com o Papa Francisco: momentos com gestos, que diziam mil palavras; momentos silenciosos, que gritavam aos nossos corações, e momentos de palavras e conteúdos, que indicavam mais uma vez o caminho a ser tomado para o encontro com Cristo. Ele nos acostumou – como é típico dos jesuítas – a refletir sobre três palavras. Seus discursos quase sempre se desenvolvem sobre três palavras reflexivas, como aquelas que marcaram seu pontificado desde o início: testemunho, encontro e diálogo.
Já na explicação do motivo da escolha do nome Francisco, não deixou dúvidas: “desejo uma Igreja pobre e com os pobres”. Desde o início de seu ministério petrino, Francisco tem insistido sobre a necessidade da Igreja, em testemunhar o Evangelho de Jesus, não apenas com palavras, mas, sobretudo com os gestos.
E foram esses gestos, - seja na Praça São Pedro, nas celebrações, nos encontros privados, nas suas viagens apostólicas – que tocaram o coração das pessoas, sejam elas católicas ou não. Tocaram o coração porque eram gestos que brotavam de seu coração: nada pensado, mas de momento, improvisados, como foram tantos de seus magníficos discursos, principalmente às crianças, aos jovens e às famílias.
O que dizer então das breves homilias da manhã, na Capela da Casa Santa Marta. Milhões de pessoas aguardam todos os dias através da Rádio Vaticano e dos seus sites em várias línguas, qual a proposta para o dia que Francisco nos faz. Qual pedido e qual “puxão de orelhas” nos acompanhará até a próxima homilia?
Três anos com Francisco, vividos intensamente. Do Sínodo sobre a Família à Carta encíclica “Laudato si”, das viagens apostólicas ao Jubileu extraordinário da Misericórdia: Francisco é um pastor que caminha com o povo em direção do Senhor, trazendo nas suas palavras, gestos e coração, a misericórdia de Deus. É o calor do amor de Deus para com seus filhos.
Francisco nestes últimos três anos nos encorajou a nos identificarmos com o Evangelho como filhos de um Deus que se chama Misericórdia, a entrar em sintonia com os irmãos, com os mais necessitados, com os últimos, com os descartados, com a Criação.
Um modo inovador de viver a grande aventura de filhos do mesmo Pai. Um homem provocador que sacode a nossa consciência muitas vezes adormecida. Um homem que crê no homem.
Rezemos por este homem de Deus, de nome Francisco, para que possa continuar a levar a palavra de Cristo aos povos da periferia, aos povos “do fim do mundo”. (Silvonei José)
(from Vatican Radio)
Nenhum comentário:
Postar um comentário