América Latina ganha o primeiro Centro de Pesquisa Avançada para estudar o material.
Nem tão simples quanto a ponta de um lápis, mas quase tão cobiçado quanto uma joia, o grafeno – uma das formas cristalinas do carbono, assim como o grafite e o diamante – se tornou uma das maiores apostas da indústria e de pesquisadores mundo afora desde que foi descrito, pela primeira vez, há pouco mais de uma década pelos ganhadores do Prêmio Nobel de Física de 2010, os físicos russos Andre Geim e Konstantin Novoselov.
Com propriedades nunca antes encontradas em um único material e com possíveis aplicações que vão da produção de componentes eletrônicos ao revestimento de estruturas, as utilizações práticas do material, já considerado o “novo ouro negro”, estão sendo cada vez mais estudadas.
Para que essa realidade tecnológica possa vir a fazer parte do dia a dia dos brasileiros quanto antes, foi inaugurado no início do mês o primeiro Centro de Pesquisa Avançada em Grafeno da América Latina. Instalado no campus da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, o MackGraphe contou com um investimento de R$ 100 milhões.
Se do ponto de vista tecnológico o grafeno ainda é visto como uma oportunidade a ser explorada pelo MackGraphe, no aspecto científico o país já desempenha um papel de vanguarda mundial. Mais de 30 professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) são internacionalmente reconhecidos por trabalharem desde a década de 90 com pesquisas na área de carbono. Além disso, no país, as principais reservas minerais estão em Minas Gerais.
Aqui, um dos principais estudiosos do assunto é o professor de física Daniel Cunha Elias. Ele fez pós-doutorado em grafeno na Universidade de Manchester, no Reino Unido, onde foi orientado por Geim e Novoselov.
Elias reconhece que o grafeno “invadiu” os centros de pesquisa de diversas áreas no mundo inteiro e que a quantidade de produtos fabricados é crescente, principalmente quando usado como substituto de algum composto, como em tintas, raquetes de tênis e lâmpadas. “Já tem muita coisa sendo produzida. Se o grafeno é realmente necessário em uma raquete de tênis, por exemplo, não sei. A gente só vai saber quão necessário esse material é a partir do momento em que ele se tornar exclusivo de algum produto”, afirma.
Engenharia química
Uma combinação de dois remédios mostrou ser capaz de encolher significativamente ou mesmo eliminar os tumores de pouco mais de um quarto das pacientes de um tipo particularmente agressivo de câncer de mama em apenas 11 dias, um resultado que foi considerado “espantoso” pelos pesquisadores tanto pela rapidez da resposta quanto pelo tratamento não incluir nenhum medicamento quimioterápico, como é o padrão na abordagem clínica desses casos.
Apresentado durante a 10ª Conferência Europeia de Câncer de Mama, o estudo, embora limitado, abre caminho para algumas mulheres vítimas da doença escaparem dos muitos incômodos da quimioterapia, além de terem a chance de preservar ao menos parte de seus seios na subsequente cirurgia para remoção dos tumores, num importante ganho estético e psicológico.
Chamados lapatinibe e trastuzumabe, os dois medicamentos atuam de forma diferente contra o câncer de mama do tipo conhecido como HER2 positivo. Essa variante atinge cerca de 20% das vítimas da doença e é caracterizada pelo crescimento acelerado e invasivo dos tumores. Por isso, o protocolo padrão pede que eles sejam atacados com força total e sejam removidos cirurgicamente, especialmente quando diagnosticados na sua fase inicial.
Nesta segunda fase, os resultados das análises feitas depois da cirurgia mostraram que, entre as mulheres que seguiram o tratamento combinado, 11% tiveram uma resposta patológica completa (PCR, na sigla em inglês), isto é, não foram encontradas células cancerosas nos tecidos removidos, enquanto em 17% foi registrada uma doença mínima residual (MRD, também na sigla em inglês), ou seja, o tumor encolheu para um diâmetro de menos de cinco milímetros. Já entre as que receberam apenas o trastuzumabe, nenhuma viu o tumor desaparecer e só 3% estavam com a doença mínima residual, enquanto no grupo de controle nenhuma paciente experimentou qualquer melhora.
Fonte: Ideia Fixa - Gestão de Informação
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