ECONOMIA
Marcus Eduardo de Oliveira 30/06/2016
John Elkington, co-fundador da ONG Sustainability.
Triple Bottom Line, também conhecido como “Tripé da Sustentabilidade”, é um conceito básico que rege as iniciativas de sustentabilidade das empresas. Esse conceito foi criado nos anos 1990 por John Elkington – co-fundador da ONG Sustainability – prescrevendo que a verdadeira sustentabilidade precisa estar ancorada sobre três pilares: o econômico, o social e o ambiental.
O obejtivo principal, nas palavras de Elkington, é “difundir a ideia de que a sustentabilidade ambiental não é um empecilho aos negócios – é, antes de tudo, uma das dimensões que devem ser consideradas nas estratégias de crescimento de qualquer organização.
Outra boa conceituação do (TBL) é identificá-lo com os três P´s: People, Planet and Proft, ou seja, Pessoas (o capital humano), Planeta (o meio ambiente em uma relação de proteção) e Lucro (o objetivo das empresas).
É oportuno ressaltar que toda a ideia em torno da sustentabilidade repousa sobre a ação que procura devolver o equilíbrio à Terra e aos ecosssistemas para que a Casa Comum (Gaia) possa continuar habitável e para que possamos salvar a vida humana e nossa civilização, uma vez que pesam sobre o Sistema Terra e o Sistema Vida, nas palavras de Leonardo Boff, “graves ameaças vindas das atividade humana descuidada e irresponsável, a ponto de destruir o frágil equilíbrio do planeta”.
Segundo o Laboratório de Sustentabilidade da Universidade de São Paulo (USP), a imagem do tripé é perfeita para entender a sustentabilidade. No tripé, como afirmamos acima, estão contidos os aspectos econômicos, ambientais e sociais, que devem interagir, de forma holística, para satisfazer o conceito.
Sem estes três pilares a sustentabilidade não se sustenta. Ainda são discutidos novos pilares, como a questão cultural, tecnológica, para complementar a sustentação da questão como um todo.
É importante verificar que esses conceitos podem ser aplicados tanto de maneira macro, para um país ou próprio planeta, como micro, em nossa casa ou numa pequena vila agrária.
Detalhemos isso:
Social – Trata-se do capital humano de um empreendimento, comunidade, sociedade como um todo. Além de salários justos adequado à legislação trabalhista, é preciso pensar em outros aspectos como o bem-estar dos funcionários, propiciando, por exemplo, um ambiente de trabalho agradável, pensando na saúde do trabalhador e da sua família.
Além disso, é imprescindível ver como a atividade econômica afeta as comunidades ao redor. Nesse item, está contido também problemas gerais da sociedade como educação, violência e até o lazer.
Ambiental – Refere-se ao capital natural de um empreendimento ou sociedade. É a “perna” ambiental do tripé. Aqui fica claro a necessidade de se pensar no pequeno, médio e longo prazo. A princípio, praticamente toda atividade econômica tem impacto ambiental negativo. Nesse aspecto, a empresa ou a sociedade deve pensar nas formas de amenizar esses impactos e compensar o que não é possível amenizar.
Desse modo, uma empresa que usa determinada matéria-prima deve planejar formas de repor os recursos ou, na impossibilidade, diminuir o máximo possível o uso desse material, assim como saber exatamente medir a Pegada de Carbono do seu processo produtivo, que, em outras palavras, quer dizer a quantidade de CO2 emitido pelas suas ações.
Econômica – A palavra economia é definida como organização de uma casa, financeira e materialmente. Com o passar do tempo, essa palavra foi direcionada apenas à vertente dos negócios, ou no sentido da poupança, visando economizar – criar “economias”.
Este pilar traz o retorno do significado de cuidar da casa, afincado pelos gregos na Antiguidade. São analisados os temas ligados à produção, distribuição e consumo de bens e serviços e deve-se levar em conta os outros dois aspectos. Ou seja, não adianta lucrar devastando, por exemplo.
Marcus Eduardo de Oliveira é economista e ativista ambiental prof.marcuseduardo@bol.com.br
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