sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Vaticano: Papa recorda «biscoitos da avó» para dar receita do «bom» cristão

Agência Ecclesia 14 de Outubro de 2016, às 12:36       

«O fermento bom faz sempre crescer bem», sublinha Francisco

Cidade do Vaticano, 14 out 2016 (Ecclesia) – O Papa exortou hoje os cristãos a pautarem a sua presença na Igreja Católica e na sociedade pela “verdade” e pela fidelidade aos princípios e valores de Cristo, rejeitando a “hipocrisia” e a “esquizofrenia espiritual”.

“Com que espírito é que fazemos as coisas? Com que espírito rezamos? Com que espírito nos dirigimos aos outros?”, perguntou hoje Francisco, durante a missa desta manhã na Casa de Santa Marta, em que desafiou os cristãos a “um exame de consciência”.

De acordo com a Rádio Vaticano, o Papa argentino recorreu à imagem do “fermento” para dar a receita de como deve ser um “bom” cristão.

“Existe um fermento bom e um fermento mau. O que faz crescer o Reino de Deus e o que dá apenas a aparência do Reino de Deus. O fermento bom faz sempre crescer bem, produz um bom pão, com substância, consistente; já o fermento mau não”, apontou Francisco, alertando para “o fermento dos fariseus”.

“Atenção ao fermento dos fariseus, que é a hipocrisia, quando invocamos o Senhor com os lábios, mas o nosso coração permanece distante dele (…) quando se diz uma coisa e se faz outra”, acrescentou.

Durante a sua reflexão, o Papa recordou os “biscoitos da sua avó”, que saboreou durante a sua infância.

 “No Carnaval a minha avó fazia biscoitos com uma massa bem fina. Ela punha a massa no óleo e esta inchava, crescia, mas quando começávamos a comer víamos que os biscoitos eram vazios, ocos. A minha avó costumava dizer que eles eram como as mentiras: pareciam grandes, mas sem nada lá dentro, nada de verdade; não tinham substância”, salientou.

Para Francisco, a “mentira” e a “hipocrisia” são ainda mais perigosas porque tornam a pessoa avessa à conversão, “incapaz” de mudar.

“O hipócrita nunca vê uma mancha em si, acusa os outros”, referiu o Papa, que terminou a sua homilia pedindo para todos “a graça da lucidez” para verem, no seu dia-a-dia, que tipos de “fermento” usam na sua vida e nas suas ações.

JCP

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