Padre
Geovane Saraiva*
O Ano Jubilar da Misericórdia foi
inaugurado na festa da Imaculada Conceição de Maria, aos 8 de dezembro de 2015,
e tem conclusão no dia 20 de novembro de 2016, solenidade de Cristo Rei do
Universo. Na véspera da feliz e inaudita conclusão do referido Ano Santo da
Misericórdia, a Basílica de São Pedro cede lugar, no Vaticano, ao Consistório
em 19 de novembro de 2016 para a nomeação de 17 novos cardeais, membros
ilustres do clero dos cinco continentes do planeta, dentre os quais o nosso
querido Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília, tendo sido também bispo
auxiliar de Fortaleza no período de 2001 a 2007.
Que
o fechamento do Jubileu da Misericórdia, precedido do referido Consistório,
ajude-nos a pensar não só nas construções dos antigos templos, tendo a pedra
angular como a pedra fundamental, a primeira a ser assentada na esquina do
edifício, formando um ângulo reto entre duas paredes, servindo para definir a
colocação das demais pedras e alinhar toda a construção. Mas que não deixe
dúvida de que o edifício, ao qual nos referimos por analogia, é Jesus Cristo,
que, compreendido aos olhos da fé e também ao rigor da razão, é a pedra
angular, aquela que os pedreiros rejeitaram (cf. Sl 117, 22), a que, por
inúmeras vezes, o Livro Sagrado se refere.
Como
é maravilhoso pensar na Igreja tendo Cristo como a porta das ovelhas, o bom
pastor, pedra angular! E seus discípulos e seguidores como pedras vivas nesse
edifício espiritual, numa forte, encantadora e análoga simbologia,
indicando-nos, do menor ao maior, a utilidade das pessoas na Igreja de Cristo.
Somos, portanto, a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, na qual a pedra angular
é o elemento essencial da nossa razão de ser e existir, o fundamento sólido e
seguro da referida construção.
Ainda
associando a ideia de edifício, ou de uma construção, nos vem à mente a Igreja
como templo santo de Deus. No Antigo Testamento, temos em Salomão a
prefiguração de Cristo, ao edificar o templo como lugar por excelência de
encontro com Deus. Naquele lugar sagrado, guardava-se a Arca da Aliança, sinal
límpido da presença do Senhor no meio do seu povo. O maravilhoso, nesse
contexto inefável, é perceber que o templo prefigura a Igreja, a Sião ou a
Jerusalém Celeste, local no qual o Espírito Santo de Deus habita, guiando-a e
sustentando-a (cf 1 Rs 6, 1-14).
A
partir da santa e feliz iniciativa supracitada é que Deus sempre mais derrama
sobre os seus eleitos a graça da perseverança, na seguinte assertiva do Papa
Francisco (13/11/2016): “Construir um mundo melhor, apesar das dificuldades e
dos acontecimentos tristes que marcam a existência pessoal e coletiva”, na
certeza de que Deus jamais abandona seu povo. Dom Sérgio da Rocha, por bondade
do Papa Francisco, sem esquecer os méritos do seu dadivoso coração de pastor,
passa a ser Cardeal da Igreja, com a missão de mais de perto auxiliar o Santo
Padre no governo da Igreja Universal. A Dom Sérgio as melhores bênçãos!
Pároco
de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza
- geovanesaraiva@gmail.com
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