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Ernesto "Che" Guevara receberá homenagens em Cuba e na Bolívia.
Foto tirada em 8 de outubro de 1998 mostra crianças cubanas dançando durante ato em memória ao 31º ano de morte do revolucionário Enesto "Che" Guevara, em Havana. (AFP)
Para os 50 anos de sua morte na selva boliviana, Ernesto "Che" Guevara, uma figura mítica da ação revolucionária armada durante a Guerra Fria, receberá homenagens em Cuba e na Bolívia.
Em Cuba, onde todos os alunos começam o dia prestando o sermão dos "pioneiros", prometendo "ser como Che", no mausoléu que abriga os restos mortais do "heroico guerrilheiro" desde 1997 em Santa Clara (centro), estão programadas cerimônias comemorativas.
O presidente Raúl Castro, sucessor de seu irmão Fidel, falecido no ano passado, deverá estar presente para homenagear o homem que era chamado de "O Argentino" nesta cidade, onde ganhou em 1967 uma decisiva batalha contra as tropas do ditador Fulgencio Batista (1952-1958).
Na Bolívia, seus quatro filhos, nascidos e residentes em Cuba, visitarão La Higuera, vilarejo onde o guerrilheiro foi executado em 1967 no sul do país, anunciou o presidente Evo Morales.
Ernesto Che Guevara foi capturado em 8 de outubro de 1967 pelo Exército boliviano depois de ser ferido em batalha, e executado no dia seguinte. As homenagens são, tradicionalmente, realizadas no dia de sua captura.
Mito vivo
Naquele 8 de outubro, acompanhado por dois agentes cubano-americanos da CIA, o Exército boliviano capturou Che. Ele liderava um punhado de guerrilheiros que haviam sobrevivendo a combates, fome e doenças.
Guevara foi levado para uma escola abandonada, onde passou sua última noite. Na tarde seguinte, o revolucionário foi executado sumariamente por Mario Teran, um sargento boliviano. Aos 39 anos, "Che" entrava para a História e se tornava um mito, enquanto seu corpo magro era exibido como um troféu.
A mitologia revolucionária da qual "Che" Guevara é símbolo, foi revivida em 1997 pela descoberta de seus restos mortais - cuja identificação continua controversa - e sua exumação solene no mausoléu de Santa Clara por Fidel Castro.
No mundo inteiro, a imagem-culto do guerrilheiro - a foto do cubano Alberto Korda tirada em 1960 e a mais difundida no mundo - continua sendo reproduzida em milhões de camisas, cartazes, bonés, ou bolsas, apreciados pela juventude dos cinco continentes, mas também por estrelas do futebol, ou da música.
A extrema-esquerda europeia nascida dos eventos de 1968 e uma parte da intelligentsia contribuíram amplamente para a popularização de um homem renomado por sua vontade de ferro, apesar de sua condição asmática.
Guerrilha de corpo e alma
Depois de estudar Medicina na Argentina e de várias jornadas que forjaram suas convicções,esse defensor declarado da violência política conheceu Raul e Fidel Castro no México, antes de participar da guerrilha que levou "os barbudos" ao poder em Havana em 1959.
De seus companheiros cubanos, ele guarda o apelido de "Che", uma interjeição característica argentina para atrair a atenção do interlocutor, cumprimentá-lo, ou expressar surpresa.
Após supervisionar por seis meses a repressão dos "contrarrevolucionários" - o que nunca negou - dirigiu por um tempo o Banco Central cubano e o Ministério da Indústria.
Mentor da aproximação da Revolução Cubana com Moscou, afastou-se posteriormente das posições soviéticas favoráveis à "convivência pacífica" com o bloco ocidental para defender uma estratégia de conquista do poder pelas armas, mais perto do maoísmo.
"Outras terras do mundo reclamam a contribuição de meus modestos esforços", escreveu para Fidel em 1965, ao pedir uma licença para levar a luta insurrecional para a África em particular.
Ele terminou essa carta com sua famosa frase: "Hasta la victoria, siempre" ("Até a vitória, sempre!").
Seguiram-se meses de "desaparecimento", enquanto esteve no Congo tentando - sem sucesso - impor uma revolução armada para, então, embarcar em sua última guerra na Bolívia.
AFP
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