terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O combate ao avanço da pecuária na Amazônia

 domtotal.com
Apesar de todos os esforços em andamento, ainda há grandes chances de o consumidor encontrar carne com desmatamento nos supermercados e estabelecimentos que frequenta.
Campanha busca alertar sobre os impactos causados pela expansão da criação bovina na Amazônia.
Campanha busca alertar sobre os impactos causados pela expansão da criação bovina na Amazônia.

Desde 2009 o Greenpeace Brasil tem uma campanha que busca alertar a opinião pública sobre os impactos causados pela expansão da criação bovina na Amazônia, expondo o problema e exigindo soluções.

Naquele ano publicamos o relatório “A farra do boi na Amazônia", que deu origem ao Compromisso Público da Pecuária, assinado pelos maiores frigoríficos do país. Embora o acordo não tenha sido tão efetivo como a Moratória da Soja para frear o desmatamento da maior floresta tropical do mundo, o compromisso é um divisor de águas para o setor. Nunca antes houve uma campanha tão intensa para denunciar a destruição financiada pela pecuária.

Dando continuidade à campanha, em 2015 lançamos o relatório Carne ao Molho Madeira, mostrando que os principais supermercados do Brasil não garantem a seus clientes que a carne vendida nas gôndolas respeite o meio ambiente e os direitos humanos.

Após a pressão de consumidores ativistas, três das principais redes de supermercado do país (Grupo Pão de Açúcar, Walmart e Carrefour) se comprometeram a adotar medidas para garantir o controle sobre a carne que vendem.

Atualmente seguimos acompanhando o cumprimento do compromisso dos supermercados em banir de suas gôndolas a carne contaminada com desmatamento, o que infelizmente ainda está longe de acontecer. O desafio ainda é grande. Cada supermercado está num estágio diferente de implementação. Mas é fato que todos precisam avançar para realmente colocar em prática seus sistemas de controle para impedir que o consumidor leve carne com desmatamento pra casa.

Greenpeace deixa compromisso público da pecuária

Em junho de 2017, após os escândalos de corrupção envolvendo o setor da pecuária no Brasil e os ataques aos direitos humanos e à proteção das florestas, decidimos suspender nossa participação na implementação do Compromisso Público da Pecuária, assumido em 2009 pelos três maiores frigoríficos do país (JBS, Marfrig e Minerva) após a pressão criada pela nossa campanha.

Diante da falta de credibilidade da cadeia como um todo e do retrocesso socioambiental que vivemos neste momento no país, entendemos que a efetividade do compromisso está comprometida. Nas circunstâncias atuais acreditamos ser necessário a criação de condições políticas para que ferramentas de controle social voltem a ter credibilidade.

Desafios para o futuro e o papel do consumidor

Apesar de todos os esforços em andamento, ainda há grandes chances de o consumidor encontrar carne com desmatamento nos supermercados e estabelecimentos que frequenta. Por isso, precisamos continuar pressionando para que o modelo de produção e consumo de carne não contribua para a destruição da maior floresta tropical do planeta.

De um lado, as empresas são responsáveis por garantir a boa origem de seus produtos e os governantes devem prezar pelas condições necessárias para impedir a destruição das florestas e a violação dos direitos humanos.  

De outro, cada um nós pode fazer sua parte não só pressionando as empresas e os governos para que cumpram suas responsabilidades, mas também reduzindo o consumo de carne, o que ajuda a diminuir a pressão sobre a floresta.

O Greenpeace continuará expondo e investigando o problema da pecuária na Amazônia e seguirá cobrando e colocando o dedo em todas as feridas abertas da cadeia de produção até o dia em que vidas e árvores não sejam mais tombadas para dar lugar a criação de gado na Amazônia.


Greenpeace

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