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Na Suécia, os caçadores podem matar qualquer urso solitário entre o final de agosto e meados de outubro, mas as ursas em família são legalmente protegidas.
Fêmeas adaptaram seu comportamento para viver mais, amamentando seus filhotes por um ano a mais do que o normal. Foto (Wikipedia/Commons)
Como se tivessem conhecimento da lei que proíbe os caçadores de matar as fêmeas com filhotes, as ursas pardas na Suécia agora permanecem com a cria por mais tempo, de acordo com um estudo publicado nessa terça-feira.
Na Suécia, os caçadores podem matar qualquer urso solitário entre o final de agosto e meados de outubro, mas as ursas em família são legalmente protegidas.
Assim, uma fêmea solitária tem quase quatro vezes mais chances de ser morta do que uma com filhotes, de acordo com este estudo publicado na revista Nature Communications, que se baseia em 22 anos de dados e observação do urso pardo sueco.
Os especialistas concluíram que as fêmeas adaptaram seu comportamento para viver mais, amamentando seus filhotes por um ano a mais do que o normal.
Normalmente, as ursas permanecem com seus bebês por cerca de 18 meses. Mas a partir de 1995, os cientistas descobriram que na Suécia o período durava até dois anos e meio.
E entre 2005 e 2015, o percentual de fêmeas que adaptaram essa estratégia passou de 7 para 36%, escrevem os pesquisadores.
"Esse cuidado maternal age como um escudo contra a caça", acrescentam.
A nova tática é benéfica para a mãe, mas também para os pequenos, protegidos das balas por mais um ano.
Outra consequência, essas ursas se reproduzem com menos frequência. Mas isso é compensado por uma vida mais longa.
Na década de 1930, a Suécia tinha cerca de 130 ursos pardos, mas graças à aplicação de medidas de conservação, seu número aumentou para 2.800 em 2013.
Entre 2010 e 2014, os caçadores suecos mataram cerca de 300 ursos anualmente, de acordo com a Universidade norueguesa de Ciências da Vida que participou do estudo.
"Parece que é o primeiro estudo que sugere claramente uma mudança nas estratégias maternas causadas pela caça", disse Jon Swenson, da universidade citada, à AFP.
AFP
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