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'Não se pode furtar' do conhecimento de quem passou pela Presidência da República.
'Se preciso for, a partir do ano que vem, voltaremos a pedir agenda, porque tem muita coisa que continuará'
'Se preciso for, a partir do ano que vem, voltaremos a pedir agenda, porque tem muita coisa que continuará' (Alan Santos/ Presidência da República).
Após a reunião que formalizou o governo de transição, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse nesta quarta-feira (7) que “muita coisa” da gestão Michel Temer vai ser mantida, sem citar detalhes. Ele afirmou que “não se pode furtar” do conhecimento de quem passou pela Presidência da República. Bolsonaro agradeceu o encontro e disse que conta com a experiência de Temer para ajudá-lo.
"Se preciso for, a partir do ano que vem, voltaremos a pedir agenda, porque tem muita coisa que continuará. O Brasil não pode se furtar do conhecimento daqueles que passaram pela Presidência. Isso será útil a todos nós", concluiu o presidente eleito. que concedeu entrevista ao lado de Temer, no Palácio do Planalto.
Combate à corrupção
Eleito com mais de 57 milhões de votos, Jair Bolsonaro teve no combate à corrupção uma das suas principais bandeiras de campanha. Assim, ao dizer que não pode se furtar do conhecimento daqueles que passaram pela presidência, ignora os casos de corrupção envolvendo o nome do atual presidente.
Michel Temer foi primeiro presidente da República denunciado por crime comum. Foram duas denúncias em 2017: uma por corrupção passiva e outra pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça (ele teria liderado esquema de propina que movimentou R$ 587 milhões).
As denúncias só não foram investigadas porque a maioria do Congresso Nacional derrubou. No entanto, ao término do mandato, se nenhuma manobra for feita, Temer deve responder pelos crimes.
Em outubro deste ano, Michel Temer foi indiciado pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O relatório foi enviado ao Supremo Tribunal Federal e o ministro Luís Roberto Barroso manteve o indiciamento.
Entre outros pontos, a PF afirma ter identificado repasses de R$ 5,6 milhões para Temer entre 2000 e 2014, além de repasses de R$ 17 milhões em propina ao MDB.
'Vamos todos juntos'
Após as declarações de Bolsonaro nesta quarta, Temer ressaltou que está à disposição do presidente eleito para o que ele e sua equipe necessitarem. O presidente da República afirmou que o momento é de unidade. “Vamos todos juntos”.
O presidente afirmou ainda que se houver projetos de interesse do governo eleito em tramitação no Congresso Nacional podem ter especificados para que ele e sua equipe tentem, assim, negociar sua prioridade nas votações.
Temer convidou Bolsonaro para que o acompanhe em viagens ao exterior, como a próxima Cúpula do G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo) que será em Buenos Aires, na Argentina, de 30 de novembro a 1º de janeiro, e contará com a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Presente
Durante a reunião, Temer deu um livro de presente para Bolsonaro. Nele, há uma compilação dos projetos realizados do seu governo, em seis eixos: Social e Cidadania, Econômico, Infraestrutura, Brasil e o Mundo, Segurança e Defesa Nacional e Ações Regionais. A publicação começa com a frase “O Brasil é hoje um país completamente diferente de dois anos e seis meses atrás”.
Wilson Dias/Agência Brasil
Segundo Temer, durante a reunião no Planalto, foi transmitido a Bolsonaro um balanço das ações do governo nos últimos dois anos e meio e o que está programado. O presidente destacou que o programa vai ser “apreciado” pelo sucessor para analisar se deve ser mantido.
Em sua agenda na capital federal, Bolsonaro também conheceu as instalações do CCBB. A visita ocorreu na manhã de hoje. Ele chegou de carro ao local e um helicóptero militar acompanhou o comboio no trajeto.
Redação Dom Total/Agência Brasil
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