quarta-feira, 29 de maio de 2019

FHC alerta que 'Brasil vive momento de transição perigoso'

Ex-presidente criticou a frase que bandido bom é bandido morto, usada por muitos brasileiros atualmente.



Ex-presidente da Fernando Henrique Cardoso participou de evento em São Paulo
Ex-presidente da Fernando Henrique Cardoso participou de evento em São Paulo (Valter Campanato/Agência Brasil)
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou nesta quarta-feira (29) o que entende como uma abordagem "punitiva" do poder público diante da criminalidade no país. Sem citar diretamente o governo do presidente Jair Bolsonaro, FHC aproveitou um debate sobre a política de drogas em vigor para dizer que "o Brasil vive um momento de transição perigoso".
"Infelizmente, no Brasil, está prevalecendo a ideia de que criminoso bom é criminoso morto", declarou FHC, em encontro organizado na capital paulista pela fundação que leva seu nome, em conjunto com o Instituto Igarapé.
De acordo com o ex-presidente tucano, falta ao país um foco maior no combate ao crime organizado em lugar de uma "perseguição" a usuários de drogas como a maconha. "A atitude punitiva que estamos tomando é contraproducente", afirmou.
FHC disse esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) se posicione de maneira mais "adequada" em relação a essa discussão. O tema deve entrar na pauta da Corte em junho, guiado pela expectativa de um posicionamento dos ministros a favor da descriminalização da posse de maconha. "Dizer que quem defende a regulamentação defende o uso de drogas? Não, ninguém em sã consciência defende o uso de drogas", acrescentou o ex-presidente.
FHC dividiu a mesa com nomes como os advogados Pierpaolo Bottini e Beto Vasconcelos, além do ex-diretor da Secretaria Nacional de Políticas de Drogas do Ministério da Justiça Leon Garcia. O debate foi mediado pela diretora-executiva do Instituto Igarapé, Illona Szabó, que chegou a ser indicada pelo ministro Sergio Moro (Justiça) para integrar o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, mas teve a nomeação revogada.
Agência Estado

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