
Padre Geovane Saraiva*

O Pai, na sua essência, identificado na vida como o Deus dos vivos - e não dos mortos -, quer que vivamos bem atentos em nossa existência, que deve preencher um sentido, que nos garanta uma inesgotável vida após a morte. Claro que a vida humana se desenvolve diante do ininterrupto suceder de dias e noites, sendo natural, entre os povos, o forte simbolismo do dia e da noite, estando estes no centro da existência humana.
No suceder de dias e noites, a comunhão de vida através do casamento, aos olhos de Deus, é santo, é sagrado. Tal como nós o conhecemos, faz parte da existência humana, mas aponta, e é claro, o indicador de uma nova existência, com uma humanidade inteiramente nova, restaurada e pacificada no amor infinito de Deus. Na glória futura, o amor humano estará muito além dos limites e padrões vivenciados em família aqui na terra.
Na ressurreição, como no exemplo da mulher no Evangelho (cf. Lc 20, 33), que se casou com sete irmãos, tal preocupação não mais existirá, no sentido de ser esposa de um deles. Será uma vida comparada à dos anjos celestiais, e o que mais importa é a misteriosa realização das filhas e filhos de Deus, num presente eternamente seráfico e pleno, ao recordar São Francisco de Assis, o grande pai seráfico.
Aos seguidores de Jesus de Nazaré, casados e não casados, cabe pensar no referido tempo feito eternidade, os dias e as noites, como obra das mãos de Deus, conforme o sentido metafórico de Dom Helder Câmara: “Não deixe que o tempo escorra por entre os dedos abertos de tuas mãos vazias; segura-o de qualquer maneira para que ele vire eternidade”. Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza


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Volta de Canindé, com Prof. Jardel Silveira, pele Serra do Baturité, passando por Mulungu-CE e Baturité-CE (31/9/2019). |
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