Padre Geovane Saraiva*
A partida
da querida carmelita, Irmã de Santa Teresa (11/06/2020), para o seio do Pai,
aos 91 anos, entre tantos irmãos e irmãs que ultimamente também foram chamados
à eternidade, acentuando-se com a pandemia da Covid-19, ajudou-me a me voltar
para a música litúrgica, eminentemente pascal:
“Eu me entrego, Senhor, em tuas mãos, e espero pela tua salvação, que tua
face serena resplandeça, de coração sede fortes, animados, todos vós que no
Senhor sempre esperais!”.
A
Irmã de Santa Teresa, que tinha sua vida totalmente envolvida pelo mistério do
absoluto de Deus, foi animada pela espiritualidade de Santa Teresa de Jesus,
que, com certeza, a ajudou a pensar no sentido da transcendência, amparada,
evidentemente, pela alegoria do castelo interior, obra inaudita de sua
fundadora, sendo a oração o itinerário que assegurou a abertura da cancela
desse castelo.
Não
posso me esquecer, embora superficialmente, de São João da Cruz, mas naquela
compreensão tão bem assimilada pela Irmã de Santa Teresa, num estado de vida
consagrada, na busca da perfeição, mas com os estigmas da austeridade, da
simplicidade e da humildade, a partir da célebre frase de seu pai espiritual e
fundador: “No entardecer da vida, seremos julgados pelo amor”.
Em
nossa homenagem póstuma à estimada Irmã de Santa Teresa, na mesma aventura dos
seguidores de Jesus de Nazaré, ao perseguirmos o caminho da perfeição, que
saibamos guardar na mente e no coração outra expressão litúrgica, fortemente
pascal, em nossa percepção, tão presente na homenageada: “Por suas santas chagas,
suas chagas gloriosas, o Cristo Senhor nos proteja e nos guarde”.
O
vigor e a robustez da Eucaristia, indubitavelmente, acompanharam a vida de
despojamento, oração e coerência da Irmã de Santa Teresa, no Carmelo de Santa
Teresinha, em Fortaleza, que teve sua origem em 1929. Que sua vida de entrega
por uma santidade nos ajude a não nos esquecermos: “Nada te perturbe, nada te
espante, tudo passa, Deus não muda, a paciência tudo alcança; quem a Deus tem,
nada lhe falta: só Deus basta”. Assim seja!
*Pároco de Santo
Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a Academia Metropolitana de Letras de
Fortaleza (AMLEF).
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