Pe. Geovane Saraiva*
Pe. Geovane Saraiva com Dom Helder, na Catedral de Brasília, 30/06/1980, esperando São João Paulo II. |
A ninguém pode ser negada a liberdade fundamental, oriunda de Deus, apropriando-se de Dom Helder, pastor da paz e da ternura, que se sentia honrado quando, com inveja do seu protagonismo, o acusavam de utópico e sonhador, porque ele se aproximava do “cavaleiro andante”; e dizia-lhes com muita habilidade, segurança e convicção: “Comparar-me a Dom Quixote está longe de ser uma nota depreciativa”. E acrescentava-lhes: “Ai do mundo se não fosse a utopia, ai do mundo se não fossem os sonhadores”. Dom Helder, no Dia dos Direitos Humanos, nos convence do poder de Deus, eliminando todo tipo de sujeição, como no episódio da viúva de Naim: “Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade. Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: 'Não chores!'” (cf. Lc 7, 11-13).
Como é maravilhoso, no Dia Universal dos Direitos Humanos, indignados num sentimento, não de choro, mas numa promissora esperança, recordar o Patrono dos Direitos Humanos! Aqui alguns dos seus sapientes pensamentos: “Mesmo que a maior angústia te visite e te acompanhe, não te deixes que ela reflita em teu rosto”; “O mundo agitado e triste precisa que leves contigo tua paz e tua alegria”; “Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo”; “Feliz de quem atravessa a vida tendo mil razões para viver”; “Tenho pena, Senhor, dos sem abrigo, e mais pena ainda dos instalados, dos enraizados, que fizeram da terra morada permanente”. Recordá-lo, sim, como um referencial, arquétipo e irmão exemplar, no compromisso pela vida, dom e graça de Deus.
*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).
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