Pe. Geovane Saraiva*
É Deus nos chamando, nos
convocando, não uma única vez na vida. Seus chamados se renovam constantemente,
cada vez mais urgentes e exigentes, não se tratando só do seguimento de Jesus,
mas, consequentemente, através de um convite para sermos “pescadores de
homens”. Vemos a resposta imediata de Simão e André, de Tiago e João,
enriquecida pelo generoso abandono das redes, da barca e até mesmo dos
familiares.
Assim devem ser ouvidos, ou
escutados, os chamados de Deus, que de diversos modos se manifesta, seja nos
grandes chamados, como também em circunstâncias de humilde convocações, pelos
quais se manifesta a voz de Deus, em situações e conjunturas concretas da vida
cotidiana ou sob a forma de impulso interior, pedindo generosidade, renúncia e
sacrifício.
Tudo a partir do contexto, no
qual Jesus de Nazaré, como na profecia de Isaías, convertida e tornada
realidade, é a luz fulgurante a iluminar a Galileia dos pagãos e depois a se
difundir por todo o mundo. É o início de sua missão, na fidelidade ao Pai, pela
escolha da vocação dos seus primeiros seguidores e colaboradores. Vemos que é
Jesus mesmo que os convida enquanto pescavam naquele abençoado mar, o Lago de
Genesaré, ou Mar da Galileia: “Vinde após mim, e eu farei de vós pescadores de
homens! Imediatamente, deixando suas redes, seguiram-no” (Mt 4, 20s).
É o céu que se abre, no Reino de
Deus instaurado, Reino esse, implantado sobre a terra, tendo seu começo pela
Galileia dos pagãos, do povo que vivia nas trevas. No Jesus que entra em ação,
apresentando-se como luz nas incertezas, mesmo nas mais inomináveis e
indecorosas da vida, será que não quer dizer alguma coisa na realidade da
comunidade Yanomami? Ali não é, de um modo mais premente, a nossa Galileia dos
Pagãos?
*Pároco de Santo Afonso,
blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da academia Metropolitana
de Letras de Fortaleza (AMLEF).
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