segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Segredos e mistérios de Barcelona

Um passeio pela cidade que o arquiteto Antoni Gaudi tornou famosa e o Barça tornou imortal



La Sagrada Familia, obra-prima de Antoni Gaudi (Foto: Divulgação)
Por Marco Lacerda*
Barcelona, capital da Catalunha, é conhecida como capital do modernismo. A cidade, onde viveu e trabalhou Antoni Gaudí e onde vive e trabalha o maior craque de futebol do mundo, conta com algumas das mais relevantes obras do arquiteto e com o talento permanente do craque argentino, que atraem a cada ano milhões de visitantes de todo o planeta. A obra mais representativa, no caso de Gaudi, é o Templo Expiatório da Sagrada Família, que ele deixou inacabada e que segue sendo construída como as catedrais na Idade Média.
Seu término está previsto para até 2020. Como Gaudí, Messi também tem uma obra inacabada e sem data para conclusão. Para conferir, basta uma visita ao Camp Nou, o fabuloso estádio do maior time de futebol da história, onde o gênio da bola cumpre em cada uma de suas performances, como Gaudi, a missão para a qual nasceu: fascinar o mundo com seu talento incomparável.

Afora isso, são muitas as Barcelonas a serem visitadas. Se não, vejamos:

Barcelona Românica 
As origens da cidade de Barcelona datam do período da dominação romana, do século I a.C., segundo os restos arqueológicos encontrados e os documentos da época. Barcino era uma pequena colônia ao redor do monte Táber, um território localizado dentro de uma serra escarpada, atravessada por dois rios, integraram-na dentro da grande capital que era Tarraco (atualmente Tarragona). Hoje em dia, ainda se podem apreciar numerosos vestígios da antiga colônia romana, como alguns fragmentos da muralha que circundava a cidade, o templo de Augusto, a necrópolis, bem como restos de estruturas que se podem observar no subsolo do museu de História da Cidade.

Barcelona Gótica 
Barcelona, como o ideal renascentista, surgiu da expansão medieval como uma cidade que havia chegado a seus limites espaciais e que, durante os séculos de estancamento, se dispunha a ordenar seu tecido urbano e, também, seu tecido social. Se as muralhas do século XII haviam resguardado as "Villas nuevas" (vilas novas), criadas fora do recinto romano, a partir do século XIV Barcelona protegeu, novamente, com uma nova parte de muralha, os campos de cultivo do Raval.

No interior do novo perfil urbano, quando a corte havia se afastado de suas portas e o Mediterráneo parecia pequeno frente ao comércio do Atlântico, a Barcelona consolidada ergueu a cidade gótica em torno do estruturado centro geométrico e político da Praça Sant Jaume, enquanto aparecia com força a cidade artesanal em torno da igreja de Santa María del Mar, no bairro "La Ribera", que converteria a Barcelona em uma cidade de mercadores, navegantes, comerciantes e profissionais. Era uma cidade participativa, coorporativa e seletiva. Era a Barcelona dos grêmios.


Barcelona Neoclássica
O século XVIII começou e terminou, em Barcelona, com dois acontecimentos bélicos: a derrota militar de 1714 na Guerra de Sucessão e a guerra contra as tropas Napoleónicas em 1808. A Barcelona do século XVII viu como iniciava, depois da derrota militar, um novo crescimento econômico impulsionado, segundo ilustradores da época como Antoni de Capmany, pela política dos Borbones, os gastos militares na cidade, o surgimento das fábricas de indianas e de algodão e a libertade de comércio com a América. Era uma cidade ainda cercada por muralhas e militarizada, onde se havia levantado a fortaleza da Ciudadella para protegê-la e dominar-la e onde as reformas interiores levaram a urbanizar o Raval e a Rambla e a embelezar as principais ruas da cidade com fachadas e edifícios de estilo neoclássico.

Barcelona Modernista 
Desde a proclamação da Constituição de Cádiz de 1812, até a República de 1873, Barcelona participou de distintas convulsões sociais e políticas que foram vividas em todo o Estado. Foram anos de alvoroço, greves, tumultos, incêndio de conventos, bombardeios e outros confrontos que demonstravam as fortes tensões que conviviam na cidade.

Apesar de tudo, os mesmos conflitos da cidades apareceram com novas mudanças que a transformaram radicalmente, cujos símbolos mais evidentes foram a derrubada das muralhas, que ainda resguardavam a cidade, o que permitiu a agregação das cidades vizinhas e a destruição da cidadela militar para abrigar a Exposição Universal de 1888. Também começaram no interior do recinto cercado por muralhas as reformas urbanísticas dirigidas a solucionar a degradação e a falta de espaços públicos.

A cidade industrial que era Barcelona – era chamada de "a pequeña Manchester" – inaugurou o primeiro trem em 1848, efetuou as desapropriações dos bens eclesiásticos e acolheu a fundação dos sindicatos UGT, em 1888, e CNT, em 1910.

Barcelona Novecentista 
Barcelona foi-se convertendo em uma capital de vanguarda cultural, onde se experimentavam os novos avanços científicos e técnicos em todos os âmbitos da vida cotidiana. Uma nova geração de industriais e políticos colocava em marcha ambiciosos planos urbanísticos e industriais para converter Barcelona em uma metrópole moderna.

As barricadas e a queima de conventos da Semana Trágica, o bandoleirismo dos anos vinte, a Segunda República, a Revolução e as bombas da guerra deram lugar, em 1939, a uma cidade vencida, sem pulso nem memória, que deveria afrontar um longo pós-guerra.

Barcelona Olímpica 
A proclamação da cidade de Barcelona como sede dos Jogos Olímpicos de 1992, acontecimento histórico para o lugar, significou uma profunda renovação. Barcelona soube muito bem organizar os Jogos Olímpicos e se deu a conhecer como cidade acolhedora e aberta. O espírito deste grande acontecimento esportivo une a perfeição à tradicional hospitalidade desta cidade mediterrânea.

Visitas imperdíveis:

Bairro Gótico
Está constituído pela Praça de Sant Jaume, cuja origem data da dominação romana na Espanha. Foi fórum romano e, nela se cruzavam as duas principais vias: "Cardus" e "Decumanus". Aís, podem ser contemplados restos da muralha de defesa daquela época

Las Ramblas
Está situada entre a Praça Catalunha e o porto. É o melhor local para conhecer a essência de Barcelona. Nela encontramos um espetáculo multicolorido: gente passeando, de todas as idades e condições sociais, numerosos lojas de flores, frutas, ou pássaros, a fonte de Canaletes (de onde é necessário beber para se converter em un verdadeiro barcelonense) , teatros ambulantes, galerias comerciais, cafeterias, terraças e teatros

O Porto 
Tradicional e moderno, o porto de Barcelona é presidido pela grande torre de Cristovão Colombo, onde se pode subir a um mirante, para contemplar uma preciosa visão panorâmica da cidade.

O Eixample 
É uma grande zona central da cidade, formada por ruas que se cortam perpendicularmente, fenômeno único no urbanismo europeu e obra do arquiteto Cerdá, que expandiu a cidade, multiplicando-a por cinco, com a finalidade de criar una cidade idílica. Nela se podem apreciar obras de Gaudí como a Sagrada Familia, o Parque Güell e o Palácio Güell, a "Casa de les Punxes" ou a Casa Amatler de Puig e Cadafalch, entre suas numerosas riquezas arquitectónicas do modernismo. Foi renovado pela última vez em 1986

Montjuic 
O nome foi em homenagem a Júpiter, na época romana. Monte que preside a cidade e tem a seus pés o porto. Foi construído no século XVII, sendo cenário da Exposição Universal de 1929 e dos Jogos Olímpicos do mesmo ano.

Tibidabo 
Se chega aí em "funicular", misto de trem e teleférico, ou com o "tranvía" (bonde) azul, a 350 metros de altura, é o último que se conserva na ciudad. No seu topo há um parque de diversões, com montanha russa e a cova do terror, únicas na Europa por suas características

Parque da Ciutadella 
Jardins onde foi realizada a Exposição Universal de 1868. Aí se encontram museus, o Parlamento da Catalunha, a Escultura da "Dama del Paraguas" (guarda-chuva), símbolo da cidade, e o zoológico

Montserrat
Famoso maciço, surpreendente por suas rochas de granito. Desde os tempos mais remotos, foi montanha sagrada na Espanha. De estilo românico, é lugar de peregrinaciones

Plaza del Rey
Nela se encontra o Palácio Real Maior, a Igreja de Santa Ágata e o Palácio do Arquivo da Coroa de Aragão.

Povoados medievais
Incríveis povoados medievais estão esperando por você fora de Barcelona para que o viajante possa viver o verdadeiro espírito da cultura catalã. Nessas excurssões de um dia pode-se visitar povoados de 500-1000 anos de antiguidade, passear por suas ruas e desfrutar de seus restaurantes que oferecem comida típica catalã.

Kayak
Kayak no mar. O melhor da Costa Brava. A Costa Brava, no norte de Barcelona, é um dos melhores destinos para realizar kayak na Europa. Durante a aventura, o turista pode explorar cavernas e grutas além das melhores praias do Mediterrâneo. As excurssões de Kayak duram um dia completo e consistem em 4 horas aproximadamente no kayak, parando para mergulhar, comer, nadar e relaxar um pouco. Em todo momento os guias se encarregam da segurança e do conforto dos clientes. Todos os membros da família podem aproveitar esta experiência e não importa a idade.

Conquista do Canion
Explorando os Pirineus. De Barcelona ao coração das montanhas. Viva a experiência de sua vida descendo os rios ( rafting) e fazendo rappel pelas montanhas. As condições que tem esta região de Catalunha a convertem em um ambiente ideal para realizar este tipo de atividades. Este tipo de atividades são de todo seguras e uma equipe de profissionais está preocupada com sua segurança durante todo o processo.

Comidas típicas 
Mesmo não desfrutando do prestígio das cozinhas francesa e italiana, a Espanha oferece muitas e boas opções para quem gosta de comer bem. Por sinal, é uma injustiça o fato de a gastronomia espanhola ainda não estar no patamar das rivais famosas. Injustiça porque, para início de conversa, os produtos hoje considerados básicos para a culinária foram introduzidos na Europa por meio da Espanha. Exemplo? As novidades trazidas pelo árabes, como berinjela, alface, arroz e laranja, só para citar algumas. Depois, foi a vez de o país ibérico apresentar ao Velho Continente produtos cultivados na América, como tomate, feijão e cacau.

Discussão histórica de lado, a culinária tradicional da Espanha sabe explorar aromas e combinar diferentes elementos. Entre os sabores proporcionados por Barcelona - e por toda a Catalunha -, um deles identifica a gastronomia catalã: o simplésimo pão com tomate. E esta receita também define o catalão. Não é nada complicado: uma fatia de pão na qual se esfrega tomate, tudo regado com azeite e uma pitada de sal.
Está pronto o mais típico prato catalão. Apesar da simplicidade, é uma ótima entrada graças à qualidade do pão, do azeite e do tomate.

Mas a culinária de Barcelona não se restringe a pão com tomate. Uma refeição deve começar por uma tradição de toda a Espanha: tapas. São porções pequenas de presunto cru, tortillas (ovos batidos com batata), camarões ou qualquer outra combinação da casa. Tudo acompanhado de vinho ou cerveja.

Em seguida, podem chegar à mesa um arroz negro (arroz com frutos do mar, tingido com tinta de sépia ou lula), fideus (macarrão bem fino que pode ser acompanhado de frutos do mar, lombo, costela e lingüiça de porco), butifarra amb mongetes (feijão branco com lingüiça preta grelhada) ou, ainda, bacalhau, camarão, cordeiro, vitela, coelho...

Tudo isso pode vir acompanhado de uma outra mania catalã, o allioli (maionese de alho). De sobremesa, crema catalana (creme de ovos com uma fina camada de açúcar).

Para os que não abrem mão da gastronomia internacional, Barcelona oferece desde fast-foods a restaurantes requintados, com chefes reconhecidos e todo o mundo. Aos que insistem nessa opção, apenas um lembrete: culinária internacional existe em qualquer canto do planeta; cozinha catalã, apenas na Catalunha.

A Barcelona do Barça
Se você é um apaixonado por futebol, não pode perder uma visita ao Camp Nou, estádio do F.C. Barcelona, o maior da Europa, com capacidade para 98.600 pessoas, lojas e um museu da história do clube. Os ingressos das partidas começam em cerca de €42. Quem visita Barcelona se depara facilmente com a “Messimania”. E não é necessário ir aos arredores do estádio Camp Nou. Durante um breve passeio pela cidade é impossível não encontrar torcedores com a camisa do ídolo argentino. Nas lojas de souvenir, Messi divide espaço com outros produtos ligados à cidade. Nos principais pontos turísticos, como a catedral da Sagrada Família, as Ramblas, o Parc Guell, entre outros locais, os produtos de Messi ocupam locais privilegiados nas lojas de souvenir. São camisas, fotos, flâmulas do craque do maior time de futebol da história.
Barcelona 5x0 Real Madrid. Veja os melhores momentos no videoclip.

*Marco Lacerda é jornalista, escritor e Editor Especial do DomTotal


 


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