A bailarina russa Diana Vishneva desponta como uma diva global na cena do balé
Por Marco Lacerda*
Diana Vishneva ocupa hoje o invejável posto de primeira bailarina do Teatro Mariinki (antigo Balé de Kirov) e do American Ballet Theatre. Vishniova nasceu em São Petesburgo e estudou na Academia Vagánova de Balé, onde obteve as mais altas notas aa história da instituição. Depois de graduar-se, em 1995, começou a trabalhar com a companhia do Teatro Mariinski, onde rapidamente ascendeu à posição de principal dançarina e ganhou o Prêmio Bonois de Dança. Em 2002 dançou pela primeira vez com o balé da Royal Opera House, de Londres, com José Martínez, numa montagem de Don Quixote coreografada por Rudolf Nureyev. Na primavera de 2003 atuou pela primeira vez com o American Ballet Theatre.
Sua mais recente performance, aos 37 anos, com o aroma de algo que se vê uma só vez na vida, foi com os Ballets de Montecarlo para celebrar os vinte anos de Jean-Christophe Maillot à frente do grupo. O projeto alcançou seu ponto alto com a estréia de um programa de criações concebidos exclusivamente para Vishneva, ocasião em que a diva exibiu a profissional virtuosa que é, possuidora de uma personalidade dominante, marcada pela autenticidade.
O programa apresentado em Montecarlo , intitulado ‘On the edge’ incluíu duas coreografias, uma de Maillot, ‘Switch’, que trouxe aos palcos dois bailarinos fetiches e musas do coreógrafo francês: Bernice Coppieters e Gaetan Morlotti. A outra, ‘Woman in a room’, ligada às vertentes contemporâneas, é um longo e potente solo introspectivo criado pela americana Carolyn Carlson com música de Giovanni Sollima e René Aubry.
Mescla de passado e futuro
‘Switch’ tem trilha sonora de Danny Elfman, compositor de cabeceira de Tim Burton e criador da trilha sonora dos Simpsons, entre outros ecléticos e bem sucedidos trabalhos sonoros. O figurino brotou do lápis e das agulhas de Karl Lagerfeld. O programa, que teve sua pré-estreia nos Estados Unidos, em novembro passado, no Segesrstrom Center of Arts de Costa Mesa, na Califórnia, ao desembarcar em Montecarlo invocou todo o poderio da dança russa. Nos corredores do teatro ouvia-se falar mais russo que francês. O espetáculo teve peso e repercussão semelhantes aos tempos de Diaghilev, no começo do século 20, quando o minúsculo principado foi incluído no mapa da dança mundial.
No programa de ‘On the edge’ abundam os nomes russos: Anastasia Yatsenko, Roman Abramovich, Dimitri Rybolovlev e a fundação Vladimir Smirnov, todos eles símbolos da nova Rússia endinheirada. A própria Diana Vishneva criou sua fundação e aparece como colaboradora do complexo projeto produzido por Serguei Danilian, que propõe um novo enfoque para os projetos globais da grande dança.
Ao longo de toda a montagem destaca-se a música de Danny Elfman com uma série de temas, alguns inéditos e de grande beleza. Lagerfeld, por sua vez, estudou a fundo o físico da diva russa e o modelou com um traje intencionalmente inspirado na Coco Chanel dos anos 1020, quando era amiga de Diaghilev. O solo criado por Maillot evoca a intimidade de uma estrela do passado perseguida por fantasmas, uma mescla de Rubinstein e Anna Pavlova trazida aos dias de hoje com a técnica prodigiosa e a liberdade interpretativa de Vishneva. Segundo os críticos europeus a cenografia de Alan Lagarde exala algo proustiano e sombrio, tudo parte de um jogo sutil e elegante protagonizado pela soberba Diana Vishneva.
"Diana Vishneva: Beleza em movimento". Veja o vídeo.
Sua mais recente performance, aos 37 anos, com o aroma de algo que se vê uma só vez na vida, foi com os Ballets de Montecarlo para celebrar os vinte anos de Jean-Christophe Maillot à frente do grupo. O projeto alcançou seu ponto alto com a estréia de um programa de criações concebidos exclusivamente para Vishneva, ocasião em que a diva exibiu a profissional virtuosa que é, possuidora de uma personalidade dominante, marcada pela autenticidade.
O programa apresentado em Montecarlo , intitulado ‘On the edge’ incluíu duas coreografias, uma de Maillot, ‘Switch’, que trouxe aos palcos dois bailarinos fetiches e musas do coreógrafo francês: Bernice Coppieters e Gaetan Morlotti. A outra, ‘Woman in a room’, ligada às vertentes contemporâneas, é um longo e potente solo introspectivo criado pela americana Carolyn Carlson com música de Giovanni Sollima e René Aubry.
Mescla de passado e futuro
‘Switch’ tem trilha sonora de Danny Elfman, compositor de cabeceira de Tim Burton e criador da trilha sonora dos Simpsons, entre outros ecléticos e bem sucedidos trabalhos sonoros. O figurino brotou do lápis e das agulhas de Karl Lagerfeld. O programa, que teve sua pré-estreia nos Estados Unidos, em novembro passado, no Segesrstrom Center of Arts de Costa Mesa, na Califórnia, ao desembarcar em Montecarlo invocou todo o poderio da dança russa. Nos corredores do teatro ouvia-se falar mais russo que francês. O espetáculo teve peso e repercussão semelhantes aos tempos de Diaghilev, no começo do século 20, quando o minúsculo principado foi incluído no mapa da dança mundial.
No programa de ‘On the edge’ abundam os nomes russos: Anastasia Yatsenko, Roman Abramovich, Dimitri Rybolovlev e a fundação Vladimir Smirnov, todos eles símbolos da nova Rússia endinheirada. A própria Diana Vishneva criou sua fundação e aparece como colaboradora do complexo projeto produzido por Serguei Danilian, que propõe um novo enfoque para os projetos globais da grande dança.
Ao longo de toda a montagem destaca-se a música de Danny Elfman com uma série de temas, alguns inéditos e de grande beleza. Lagerfeld, por sua vez, estudou a fundo o físico da diva russa e o modelou com um traje intencionalmente inspirado na Coco Chanel dos anos 1020, quando era amiga de Diaghilev. O solo criado por Maillot evoca a intimidade de uma estrela do passado perseguida por fantasmas, uma mescla de Rubinstein e Anna Pavlova trazida aos dias de hoje com a técnica prodigiosa e a liberdade interpretativa de Vishneva. Segundo os críticos europeus a cenografia de Alan Lagarde exala algo proustiano e sombrio, tudo parte de um jogo sutil e elegante protagonizado pela soberba Diana Vishneva.
"Diana Vishneva: Beleza em movimento". Veja o vídeo.
*Marco Lacerda é jornalista, escritor e editor-especial do Domtotal.
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