Quem observa as ruas e a população não ouve os gritos nem os canhões que disparam a perto de Jerusalém.
Por Richard Furst, de Jerusalem*
A cidade de ouro parece estar em outra dimensão, em plena guerra que explode entre israelenses e palestinos. Quem observa as ruas, monumentos e a população não ouve os gritos e barulhos dos canhões que disparam a menos de 100 Km de Jerusalém.
"Ainda bem que a ameaça chegou aqui apenas por tentativas mal sucedidas", disse uma carioca judia, com sacolas nas mãos depois da feira no mercado. Ela se referia aos mísseis lançados por Gaza que foram interceptados em no céu de Jerusalém.
A brasileira chegou há quatro meses a Israel com dois filhos, não fala inglês nem hebraico, mas está esperançosa com a casa em que vai morar no meio do deserto. Ela já sabia que enfrentaria uma guerra com as dificuldades que trazia do Brasil e agora tem que correr a cada alarme anti-bomba.
Neste mês, o movimento de compras é normal nos shoppings; as escolas não mudaram o horário de funcionamento e não há superlotação nos hospitais.
Eu visitei uma unidade de saúde da Jerusalém Oriental onde 25 palestinos que conseguiram sair de Gaza estão internados: sem pernas ou braços ou ainda inconscientes, deixam claro que não perderam a vontade de voltar para casa. Talvez este seja o maior 'pedaço' da guerra que eu observei em Jerusalém neste mês de conflito.
Com o 'conforto', Israel não quer conversa de forma alguma com o Hamas, movimento palestino que controla a faixa de Gaza: a cúpula de ferro, equipamento que intercepta os mísseis no ar, protege as áreas habitadas quando um morteiro é lançado em direção ao território israelense. Os túneis entre Gaza e Israel, aparentemente, estão destruídos. O Estado judeu também reserva os seus motivos para iniciar a ofensiva.
O Egito, do presidente-marechal-homem-forte-Al-Sissi, seria importante aliado e imprescindível intermediador. Mas se o governo atual é contra a Irmandade Muçulmana que deu origem ao Hamas, logo, não há apoio para a permanência dos radicais no controle do território isolado.
À agência espanhola EFE, o vice-líder do Hamas, declarou que Israel sofreu "uma derrota psicológica" e que também não alcançou seu objetivo principal: destruir a infraestrutura militar do grupo na Faixa. "Tem poder militar, mas perde nos direitos humanos", disse o dirigente islamita, Moussa Abu Marzuq.
Números ainda não oficiais apontam para a destruição de cerca de 60 a 70% dos equipamentos bélicos em Gaza, com a invasão israelense. Os dados, que serão confirmados ao fim do conflito, mostram que cerca de 500 militantes do Hamas foram mortos.
O Hamas está mais forte do que no início da ofensiva. O grupo é citado aqui neste texto, voltou a fazer parte da pauta mundial e a Faixa de Gaza está com dinheiro garantido de países como Arábia Saudita, Qatar, Irã, França, Estados Unidos. A causa dos palestinos nem se fala, ao ver as manifestações ao redor do mundo.
Mas o dinheiro precisa chegar ao território. Como? Israel não deve autorizar, o Egito, com muito esforço, provavelmente.
Com a guerra tão longe e problemas de dimensões mundiais, uma mãe palestina com a filha em tratamento em um hospital próximo a Tel Aviv não recebe notícias do marido há mais de um mês. Sem confirmações, ela está sem ideia de quando voltará a Gaza.
A cidade de ouro parece estar em outra dimensão, em plena guerra que explode entre israelenses e palestinos. Quem observa as ruas, monumentos e a população não ouve os gritos e barulhos dos canhões que disparam a menos de 100 Km de Jerusalém.
"Ainda bem que a ameaça chegou aqui apenas por tentativas mal sucedidas", disse uma carioca judia, com sacolas nas mãos depois da feira no mercado. Ela se referia aos mísseis lançados por Gaza que foram interceptados em no céu de Jerusalém.
A brasileira chegou há quatro meses a Israel com dois filhos, não fala inglês nem hebraico, mas está esperançosa com a casa em que vai morar no meio do deserto. Ela já sabia que enfrentaria uma guerra com as dificuldades que trazia do Brasil e agora tem que correr a cada alarme anti-bomba.
Neste mês, o movimento de compras é normal nos shoppings; as escolas não mudaram o horário de funcionamento e não há superlotação nos hospitais.
Eu visitei uma unidade de saúde da Jerusalém Oriental onde 25 palestinos que conseguiram sair de Gaza estão internados: sem pernas ou braços ou ainda inconscientes, deixam claro que não perderam a vontade de voltar para casa. Talvez este seja o maior 'pedaço' da guerra que eu observei em Jerusalém neste mês de conflito.
Com o 'conforto', Israel não quer conversa de forma alguma com o Hamas, movimento palestino que controla a faixa de Gaza: a cúpula de ferro, equipamento que intercepta os mísseis no ar, protege as áreas habitadas quando um morteiro é lançado em direção ao território israelense. Os túneis entre Gaza e Israel, aparentemente, estão destruídos. O Estado judeu também reserva os seus motivos para iniciar a ofensiva.
O Egito, do presidente-marechal-homem-forte-Al-Sissi, seria importante aliado e imprescindível intermediador. Mas se o governo atual é contra a Irmandade Muçulmana que deu origem ao Hamas, logo, não há apoio para a permanência dos radicais no controle do território isolado.
À agência espanhola EFE, o vice-líder do Hamas, declarou que Israel sofreu "uma derrota psicológica" e que também não alcançou seu objetivo principal: destruir a infraestrutura militar do grupo na Faixa. "Tem poder militar, mas perde nos direitos humanos", disse o dirigente islamita, Moussa Abu Marzuq.
Números ainda não oficiais apontam para a destruição de cerca de 60 a 70% dos equipamentos bélicos em Gaza, com a invasão israelense. Os dados, que serão confirmados ao fim do conflito, mostram que cerca de 500 militantes do Hamas foram mortos.
O Hamas está mais forte do que no início da ofensiva. O grupo é citado aqui neste texto, voltou a fazer parte da pauta mundial e a Faixa de Gaza está com dinheiro garantido de países como Arábia Saudita, Qatar, Irã, França, Estados Unidos. A causa dos palestinos nem se fala, ao ver as manifestações ao redor do mundo.
Mas o dinheiro precisa chegar ao território. Como? Israel não deve autorizar, o Egito, com muito esforço, provavelmente.
Com a guerra tão longe e problemas de dimensões mundiais, uma mãe palestina com a filha em tratamento em um hospital próximo a Tel Aviv não recebe notícias do marido há mais de um mês. Sem confirmações, ela está sem ideia de quando voltará a Gaza.
*Richard Furst é jornalista e mora em Jerusalem.
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