sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

JAILDON, O UNIVERSAL!


Júnior Bonfim*

Júnior Bonfim
Esta nova obra da fecunda lavra de Jaildon Correia Barbosa é mais uma jangada de louvor que esse artesão das embarcações literárias nos regala. Rebento do nosso verde mar, ou de sua mais famosa e formosa praia, esse premiado cronista virou mestre na mais árdua missão dos que lapidam as palavras, adifícil arte de escrever fácil!

Estava perscrutando as razões que o levam a sagrar-se, nessa saga, com os loiros da vitória. Se mirarmos as variáveis dos étimos que desbordam para o nome “Jaildon”, encontramos no hebraico ‘Iair’, que significa “filho do iluminado”.
Eis o que ele é: um ser constelado! O raio que caiu sobre sua cabeça, ao invés de dividí-lo, unificou-o: recebeu o “fiat lux” superior! Virou um navegante da fé, militante do encontro, difusor de boas novas, caçador de esmeraldas da espiritualidade. Na Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza – AMLEF – onde ocupa o assento de número 5, cujo partono é Leonardo Mota, ele nos cativou pela humildade de ouro: é o detentor do cofre, o guarda do tesouro!
Além disso, Jaildon sentou nos bancos universitários para colar grau como engenheiro agrônomo. Não é engenheiro de troços e destroços ou engenheiro de demolições, daqueles que demonizam lições. Jaildon é, literalmente, da área de agronomia (agro: campo, terra; nomia: lei).
Fez da terra em que nasceu sua lei, leitura, literatura. O antigo Porto das Jangadas, Grauçá ou Praia do Peixe, atual Praia de Iracema, com sua geografia singular, com suas ruas de batismos indígenas, com seus bares impregnados de boemia, com suas vias perfumadas de poesia, é a aldeia do cronista Jaildon.
É aqui que a sua escritura ganha a musculatura telúrica dos grandes escritores. Jorge Amado cantou a sensualidade e a combatividade da Bahia; Machado de Assis pintou os detalhes sinuosos do Rio de Janeiro; Ariano Suassuna sussurrou a singularidade pernambucano/nordestina; Drumond poetizou Itabira, de suas Minas Gerais; Thiago de Melo nos revelou que o Amazonas é a pátria da água... Neruda cantou o Chile e seu canto era geral... Fernando Pessoa mostrou que seu rio, o Tejo, era o mais belo do mundo...
Foi por isso que Leon Tolstoi asseverou: “Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia”. Jaildon evolui tranquilamente para se tornar um escritor universal: pincel da emoção à mão, ele pinta com as tintas da delicadeza as paisagens que lhe sacodem a alma e palpitam o coração. O tema? A sua cativante aldeia, que tem nome de poema: Praia de Iracema!
(Orelha do livro "Costumes, Flora e Fauna da Praia de Iracema Antiga", de Jaildon Correia Barbosa)

*Presidente da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza – AMLEF, escritor e advogado.

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