segunda-feira, 21 de setembro de 2015

o emmy que foi correto (mas sem muita emoção)

por Claudia Croitor

Caramba, depois que acabou o Emmy, ontem, deu um vazio. Eu adoro o nosso, cof, Oscar da TV. Adoro ver os atores que amamos todos ali reunidinhos e bem vestidos. Mas acabou e eu falei ah, legal, vou dormir.  O que será que estava faltando? Os caras até que escolheram direitinho os premiados – óbvio que eu teria escolhido vários diferentes, mas não rolou nada que tenha irritado seriamente.
Ninguém ganhou muito injustamente, não teve prêmio marmelada de despedida, nada disso, a apresentação foi divertida, as piadas funcionaram. Daí me dei conta: era extamente isso. Faltou emoção. Torcida. Xingar os membros da academia que votam. Torcer pela sua série favorita, ficar nervoso quando o cara vai anunciar a melhor série, o melhor ator. Foi tudo corretinho. Fuém.
Após ser indicado oito vezes, Jon Hamm finalmente leva o prêmio de melhor ator em série dramática por 'Mad Men'














 É, serei uma eterna insatisfeita. Mas é isso aí. Vamos aos incríveis comentários da cerimônia que finalmente parou de premiar “Modern Family” como melhor comédia, aleluia! E, melhor que isso, passou simplesmente a ignorar "The Big Bang Theory". E eu reclamando, que feio...
Eu sei que pareceu que o grande vencedor da noite foi “Game of Thrones”, mas a grande vencedora da noite foi mesmo a belíssima “Olive Kitteridge”. A minissérie da HBO, de só quatro episódios ganhou prêmio de melhor ator  (Richard Jenkins), melhor atriz (Frances McDormand), ator coadjuvante (Bill Murray) melhor roteiro, melhor direção e foi escolhida a melhor minissérie do ano – e foi, sem dúvida, a coisa mais bela que eu vi em 2014.  Vai atrás, leitor.  

Mas aí teve “Game of Thrones” levando de melhor série de drama, embora a gente saiba que não tenha sido a melhor temporada da série, não – mas o prêmio de melhor roteiro e direção pro episódio final foi merecido. Shame! E ali entre os concorrentes ninguém foi assim muito injustiçado não. Embora eu estivesse torcendo pro Ben Mendelsohn, de “Bloodline”, Peter Dinklage merecia uma estatueta de ator coadjuvante, sim, senhor. 

O maior acerto deste Emmy não foi nem dar o prêmio de melhor comédia pra “Veep” – que é a melhor comédia da TV desde que estreou, sem dúvida, mas que não teve a temporada mais brilhante neste ano, não (acho que "Silicon Valley" e "Unbreakable Kimmy Schmidt" foram melhor no ano). Foi finalmente parar de premiar “Modern Family”, que foi sensacional por uma temporada e apenas legal nas temporadas seguintes, mas o povo continuava dando Emmy por inércia.

Julia Louis-Dreyfus ganhou de noooovo. E mereceu de novo.  A mulher é demais. Para de ler isto aqui e vai lá ver “Veep”, fazendo favor. Eu aguardo. 

Que mais? Nosso amado Jon Hamm finalmente, até que enfim, ganhou por seu lindo e perturbado Don Draper, na última temporada de “Mad Men”. Palmas.

Acho que o prêmio mais emocionante da noite foi pra Viola Davis, por “How to Get Away with Murder”.Primeiro que, mesmo que a série (que é muito viciante) não esteja no olimpo das séries luxo-riqueza-canal pago-obra de arte, é uma ótima série – e ela está muitíssimo bem no papel, é o que importa. Segundo porque ela fez o melhor discurso da noite, dizendo que "a diferença entre a mulher branca e a negra é a oportunidade. Não se pode ganhar um Emmy para papéis que não existem." Arrasou.

Tirando isso, vibrei com Tony Hale levando de melhor coadjuvante por “Veep”, curti os prêmios pra“Transparent” (que não é comédia, mas não vou entrar de novo na discussão sobre as categorias sem sentido do Emmy), teve Uzo Aduba levando prêmio de melhor atriz coadjuvante de drama pelo mesmo papel que lhe deu um prêmio de atriz de comédia (pois é, não faz sentido...), e é isso.

E aí eu não sabia que a Claire Danes, de “Homeland”, é casada com o Will de “Hannibal”, não é legal? (O casal, não o fato de eu não saber). 

*

Olha isso. Há dez anos eu estreava este blog Legendado justamente com um post (desta vez bem indignado com os prêmios) sobre o Emmy 2005. Obrigada pela companhia desde então, leitor. 

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