Padre Geovane Saraiva*
Como é indispensável a vivência
do batismo, o primeiro dos sete sacramentos da Igreja Católica, o qual faz-nos
integrantes do sacrifício pascal de Nosso Senhor Jesus Cristo, tornando-nos
filhos de Deus e irmãos uns dos outros, como membros da Igreja do Filho Amado
do Pai. Com o batismo se abre o caminho da esperança, o caminho da salvação,
isto é, o do sonho da glória futura, proposta que nos é oferecida em todas as
circunstâncias, valendo-me agora das palavras proféticas do Papa Francisco na
celebração eucarística, em Ecatepec, nos arredores da capital mexicana
(14/02/2016), ao apelar ao respeito pela dignidade humana, afetada pela
pobreza, indiferença e insegurança: “Quantas vezes experimentamos na nossa
própria carne, ou na carne da nossa família, na dos nossos amigos ou vizinhos,
a amargura que nasce de não sentir reconhecida essa dignidade que todos
trazemos dentro: a de filhos de Deus”.
Somos desafiados, como
decorrência do nosso batismo, a perceber e valorizar sempre a Casa Comum como
local sagrado, como a casa da vida, e nela a humanidade habita. É Deus que quer
que nos voltemos às fontes do batismo que, no início do Cristianismo, os que se
preparavam para o batismo eram chamados de catecúmenos. Todos passavam por uma
formação sólida e intenso tempo de formação, chamado de catecumenato, recebendo
o sacramento do batismo na noite de Páscoa. Infelizmente, embora muitas
tentativas no sentido de retornar à maravilhosa iniciativa do início da Igreja
primitiva, esta vive na ânsia desse sonho, que parece longe, distante.
Como é importante colocar na
mente o contexto da Quaresma na nossa caminhada para a Páscoa do Senhor. Não
podemos nos esquecer de que vamos comemorar neste 13 de março de 2016 os três
anos da eleição do Papa Francisco, que, ao longo de seu profícuo pontificado,
sempre demonstrou, com atitudes concretas, seu amor e apreço pela Casa Comum,
uma casa inclusiva, ocupando lugar no
seu dadivoso coração os últimos da sociedade, indo às periferias do mundo,
através das suas viagens internacionais, como peregrino da paz, da esperança e
da misericórdia. Também em encontros, contatos e celebrações na sua própria
casa, o Vaticano, recordando: “Caminho da Igreja é ir procurar, sem
preconceitos e sem medo, os distantes;
verdadeiramente, é no Evangelho dos marginalizados que se descobre e
revela a nossa credibilidade”, na missa com os novos cardeais (15/02/2015).
Percebemos a busca do diálogo
sincero, no íntimo coração do Bispo de Roma, no sonho de um mundo fraterno e
solidário, de um mundo em que as pessoas saibam cuidar da Casa Comum, com o
coração saneado. Foi pensando em uma vida com maior encanto na face da terra,
no seu sentido mais largo e mais profundo, que o nosso querido Papa Francisco
deu-nos de presente, aos 18 de junho de 2015, sua 2ª Encíclica, sobre o tema acima referido, que é
o da ecologia, do meio ambiente, querendo dizer-nos com toda força e esperança
que o chamado de Deus de sanear o nosso próprio coração é consequente.
*Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência
Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com
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