Galerias de Fotos > Arquivo - Fotos > Limpeza e desassoreamento de rios previnem cheias no Litoral |
Remoção de material de sedimentação acumulado em rios deve ser constante e planejada com antecedência. Nada de acusar maré alto.
Após 20 anos, roteiro em águas doces voltou a ser possível, com a retirada de 150 toneladas de lixo
Reunindo atividades em terra e passeios em meio ao mangue, o Parque do Cocó é considerado o mais popular parque de lazer de Fortaleza, segundo pesquisa divulgada no site Lonely Planet, empresa que pertence a BBC Worldwide. Possui mangue como sua maior parte de vegetação, além de dunas e de cerrado. A fauna reúne animais de diferentes espécies, como guaxinins, crustáceos, anfíbios e gaivotas. Somente após limpeza realizada em maio deste ano, o rio tornou-se navegável novamente após 20 anos, possibilitando o retorno dos passeios de barco. Foram cerca de 150 toneladas de lixo retiradas do rio.
A bacia hidrográfica do Rio Cocó é a mais extensa e de maior área física na Região Metropolitana de Fortaleza com cerca de 19.100 hectares. Famoso também por suas águas que banham parte do território cearense, com 50km de extensão, o rio Cocó corta Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba.
Os passeios no rio são realizados há vários anos, um “bocado”, como diz José Maria, capitão do pequeno barco utilizado para o percurso. Filho de pescador, Zé Maria, como gosta de ser chamado, trocou a água salgada pela doce e acompanha fortalezenses e turistas que buscam conhecer este pedaço de Fortaleza, escondido por prédios e árvores. “Tento vir todo final de semana proporcionar o passeio para os visitantes. Às vezes não posso vir no sábado, mas me esforço bastante, pois este passeio pode ajudar a salvar o rio da poluição”, destaca ele.
Arthur Paiva, 8, visitou o parque pela primeira vez e insistiu tanto para que seus pais o levassem ao passeio de barco que, com aquele “jeitinho de criança”, conseguiu. Após o roteiro, ele comentou que “Sempre quis andar de barco, e gostei do passeio, só queria ver mais animais”. Para seu pai, Paulo Paiva, instrutor de academia, a criança viu o lado bom e o ruim, se concentrando apenas no primeiro. “Para nós, adultos, a poluição chama mais atenção do que a falta de animais durante o passeio, pois vi lixo jogado na água, como plásticos e sei que isso vem da própria população.
Com duração de aproximadamente 20 minutos, o passeio tem o trajeto desde a avenida Sebastião de Abreu, a parte não tomada por aguapés, até o Parque do Cocó. Custa R$ 4,00 para adultos e R$ 2,00 para crianças.
Tietê de Fortaleza
Ao trafegar nas avenidas Sebastião de Abreu e Engenheiro Santa Júnior, é possível ver a área coberta pelas plantas que se estende até o bairro Lagamar, onde mal dá pra ver água. O Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), responsável pela manutenção do parque, tem buscado parcerias com outros órgãos para iniciar uma ação permanente de limpeza e desassoreamento do rio. Porém, a limpeza só será eficiente com o trabalho em equipe de órgãos e da população, segundo Luiz Gustavo Fagundes Bezerra, membro da Conpam, em entrevista cedida ao Jornal O Povo. “A limpeza do rio é apenas paliativa. Enquanto houver despejo irregular de esgoto no rio, haverá crescimento populacional descontrolado de aguapés”, destaca Luiz Gustavo.
O aguapé, planta aquática flutuante que tem preferência por rios ou lagoas de fluxo lento e água doce, se reproduz facilmente e em grande velocidade, justificando o aparecimento de tantas dela ao longo do trajeto do rio Cocó. Com o crescimento populacional descontrolado de aguapés, a entrada de luz no rio é prejudicada, o que impede a reprodução de algas e outros organismos que são fundamentais para a cadeia alimentar existente no rio, além de serem responsáveis por oxigenar a água, servindo como filtro natural devido à capacidade que possuem de absorver poluentes, segundo o professor e biólogo Emanuel Chaves.
Para quem frequenta o parque, a cena é desoladora. “A poluição vai destruindo tudo. Até o odor incomoda, afastando os visitantes, comenta a fisioterapeuta Lígia Rocha, que costuma fazer exercícios todos os dias no parque. Para ela, a maior parte da poluição vem de esgotos que são despejados diariamente no rio. “Quem sabe quanto tempo esse esgoto está sendo jogado aqui?E nós convivemos com isso”, completa a fisioterapeuta.
O parque é aberto para o público durante todo o dia. Nos finais de semana, principalmente aos domingo, é possível o passeio de barco. Para o estudante Kaio Oliveira, a visita ao parque poderia ser melhor se houvesse o cuidado de toda a área. “Gosto de vir aqui com os meus amigos, mas me entristeço ao ver um rio que poderia ser tão mais bonito, estar contaminado deste jeito. Isso tira a beleza do parque”, comenta Kaio.
Beatriz Rocha
6º semestre
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