domtotal.com
Ninguém a salvo do denuncismo, da covardia das ofensas em rede.
Crise ética cada vez mais profunda, cavando as covas da insídia. (Reprodução)
Por Eleonora Santa Rosa*
O artigo de hoje seria dedicado a outro assunto, em homenagem ao trabalho de uma grande pessoa, um extraordinário ser humano.
Fica para semana vindoura.
Hoje, infelizmente, o tema candente volta-se para a vileza, a maldade, a ausência de compaixão, misericórdia, generosidade e bondade.
A potência do mal, já sobejamente falada e tratada em extensa referencial bibliografia sempre atualizada, conhecemos de perto, de longe, quase próxima, nos círculos concêntricos.
A reflexão sobre a inveja, por ser manifestação permanente e cada vez mais nítida nos dias atuais, em dimensões distintas e globais, tem ganhado amplitude em colóquios, ensaios, teses e conexos, verbete complexo e multifacetado da enciclopédia da ignorância.
Selvageria da maledicência que campeia e atinge, sem dó e piedade, em momento de purgação da bílis, gente de todos os lados.
Em tempos tão conturbados, ninguém a salvo do denuncismo, da covardia das ofensas em rede, do anonimato de vendetas pessoais transformadas em inquisição pública, da complacência silenciosa frente à injúria e ao perjúrio.
Crise ética cada vez mais profunda, cavando as covas da insídia e dos julgamentos precipitados e de encomenda. Tocaia para o acerto de contas de ódio pessoal escondido e escandido em acertos de promotorias de perseguição.
Ilações, inquisições, pré-julgamentos outrora em praça pública, agora em sítio global, repercutido e expandido na rede de intrigas.
Tudo de ponta a cabeça, corrida desmedida em trânsito que avança todos os sinais de decência, de desrespeito às regras básicas de civilidade e convivência humana.
Há algozes, há perversos, há ladrões, há vendilhões, por certo, mas há vítimas, há perseguidos, há injustiçados, com toda certeza.
No meio da babel difamatória sem fim, há os que não aguentam a barra, há os que se escondem em rincões, há os que desaparecem pelo mundo, há os que fenecem de tristeza, há os que lutam como cães, há os que acreditam na justiça, há os que são vítimas da justiça, há os que são justamente condenados, há os que são injustamente acusados, há os que são caluniados, há os que sucumbem por não verem seus direitos resgatados, há os que clamam por terem seus direitos respeitados, há os que simplesmente morrem, há os que adoecem até o desenlace, há os que permanecem, há os que em vigília sem fim assistem o fim da perseguição e o passar do tempo para outra jurisdição, em terra ou em outra dimensão.
*Eleonora Santa Rosa jornalista, empreendedora cultural.
Nenhum comentário:
Postar um comentário